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Estado de Minas

Drone garante a conservação da estação ecológica da UFMG

Equipamento monitora a 'casa do Saci', onde a lenda do folclore brasileiro é usada para estimular interesse da criançada durante visitas à unidade de preservação


postado em 16/05/2016 06:00 / atualizado em 16/05/2016 08:39

Curiosos, os estudantes caminham pela área que pertencia à antiga fazenda Dalva, onde podem conhecer mais de uma centena de espécies da flora e fauna do Brasil(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
Curiosos, os estudantes caminham pela área que pertencia à antiga fazenda Dalva, onde podem conhecer mais de uma centena de espécies da flora e fauna do Brasil (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
A história parece brincadeira de 1º de abril, mas é verídica. Um drone vai ajudar a proteger a casa do Saci Pererê em Belo Horizonte. É o que contam as crianças que visitam a estação ecológica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no câmpus da Pampulha, onde monitores usam o folclore para estimular a educação ambiental na garotada.

A área pertencia à antiga fazenda Dalva, desapropriada na década de 1940 pelo então prefeito, Juscelino Kubitschek (1902-1976). A unidade de preservação tem 114 hectares, mais de uma centena de espécies de aves, várias de pequenos mamíferos e um incontável número de insetos. Entre a diversidade da flora nacional, como mutamba e cedro, surgiram exemplares exóticos, entre elas uma floresta de bambus chineses.

É lá que o Saci mora. A tradição popular conta que o personagem vive 77 anos. Nos sete primeiros, ele é gestado nos gomos de bambus. No oitavo, deixa o vegetal para fazer suas peripécias. Os monitores do lugar aproveitam a estória para ensinar à criançada a importância de proteger o meio ambiente.

Nas visitas guiadas, eles levam a meninada ao bambuzal. Bruno Folli, de 22 anos, se diverte com os pequenos visitantes. “Vamos bater três vezes nos bambus. Agora, cada um encoste um ouvido no bambu e o balance. Escutem o barulho. Sabem de quem é?”, pergunta o rapaz, que cursa o 6º período de biologia.

A resposta vem a galope. “É o barulho do redemoinho, do Saci”, responde Gustavo, de 7. “É mesmo”, concorda Leonardo, da mesma idade. Na crença popular, o redemoinho é associado à caminhada do Pererê. Diante do interesse das crianças pelo assunto, os monitores explicam as características do bambuzal.

Esclarecem que o tronco do vegetal fica debaixo da terra e que cada bambu, na prática, é um galho da mesma árvore. “Aqui há vários bambus, mas apenas um tronco. No máximo, dois troncos”, explica Bruno, enquanto os meninos deixam o lugar pulando com uma perna só.

O bambuzal e toda a área da estação ecológica ganharam um aliado. Profissionais do lugar recorreram a um drone para garantir a conservação do cartão-postal da UFMG. O equipamento, que tem uma câmera, é usado para observar o crescimento da mata, eventuais focos de incêndios, entre outras missões.

“As imagens são transmitidas para um monitor. Temos como observar, por exemplo, a borda da mata. Se há efeitos externos avançando sobre ela”, complementa a bolsista Denise Ramos, de 22, aluna do 8º período de ciências socioambientais.

Os animais parecem agradecer a dedicação dos funcionários e estagiários à preservação da unidade ecológica. Nos fins de tarde, bandos de jacus caminham em frente ao edifício-sede. Famílias de micos também se aproximam do prédio, sempre à caça de algum alimento.

Etel Rossi, funcionária do local, ajuda na proteção dos micos, mas fica atenta a um grupo de animais num viveiro curioso, onde há alguns exemplares de bicho-pau, insetos semelhantes a gravetos. “A fêmea tem porte maior que o macho”, conta ela.

A garotada fica encantada com o viveiro, que também funciona como criatório. Os bolsistas guiam os visitantes por trilhas que passam diante de várias espécies de árvores. Não é difícil flagrar animais que despertam a curiosidade da meninada, como aranhas que tecem suas teias próximas à trilha.

RUÍNAS 
A unidade é palco de várias pesquisas acadêmicas e diferentes projetos sociais. Próximo à sede, uma ruína chama atenção dos visitantes. As paredes e o que sobrou do piso já foram a cozinha do orfanato Lar dos Meninos Dom Orione. A área foi desapropriada, na década de 1950, pela União.


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