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Estado de Minas

Celular é o produto mais visado por ladrões no Centro de BH

Área Central e Avenida Nossa Senhora do Carmo registram a maioria dos roubos de telefone na capital, segundo site que recebe denúncias espontâneas de vítimas sobre este crime


postado em 15/06/2015 06:00 / atualizado em 15/06/2015 07:36

Saulo teve celular roubado na Nossa Senhora do Carmo e a namorada, Jessica, escapou de assalto(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Saulo teve celular roubado na Nossa Senhora do Carmo e a namorada, Jessica, escapou de assalto (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

O Centro de Belo Horizonte é a região em que ocorrem mais roubos de celulares em BH: 8,9% dos aparelhos dos 790 contabilizados no site Onde fui roubado, segundo pesquisa da empresa Bem Mais Seguro, entre maio de 2014 e abril deste ano. Mas é a Avenida Nossa Senhora do Carmo o ponto crítico, entre os bairros São Pedro e Sion, Centro-Sul, que lidera em número de ocorrências do gênero. Em pouco tempo na avenida, é possível encontrar pessoas que foram atacadas, na maioria das vezes por menores com facas, e ficaram sem o telefone.


Os números do site não representam exatamente a realidade do roubo de celulares na capital, já que se tratam de relatos espontâneos de vítimas, não estando incluído muitos casos registrados em boletins de ocorrência policial e outras que não prestaram queixa. É o caso da auxiliar de cozinha Juliana Andrade Soares, de 25, que trabalha na Savassi e, pelo baixo valor do aparelho, não prestou queixa. “Tinha pouco tempo que comprei o aparelho, por R$ 300. Roubaram e comprei um ainda mais barato. Mas quando passo aqui na Nossa Senhora do Carmo, indo para o trabalho ou voltando para casa, escondo o aparelho na cintura”.

Já a empresária de moda Letícia Gaio, de 25, teve um prejuízo de quase R$ 3 mil, ao ter um iPhone roubado. “Acho fundamental fazer boletim de ocorrência, bloquear o chip e o aparelho na operadora. É a forma que temos de cobrar segurança das autoridades, além de fazer nossa parte, de não ficar expondo o aparelho em locais de pouco movimento”, destacou.

O estudante de engenharia Saulo Henrique, de 23, também teve um aparelho roubado por dois homens na avenida. “Prefiro andar pela Rua Grão Mogol, desde que fui roubado: “Não é só o prejuízo material. A gente fica impotente, temendo pelo pior”. A namorada dele, Jéssica Borges, de 24, estudante de biologia, conta que escapou por sorte de ser assaltada durante o dia, bem no começo da Nossa Senhora do Carmo. “Desci do ônibus e logo veio um homem dizendo que estava armado e mandando entregar o celular. Corri na direção de um shopping, onde tinha um policial e comecei a gritar. O homem fugiu”, recordou.


Existem dois pontos críticos na Nossa Senhora do Carmo: no primeiro quarteirão, onde há grande movimentação de pessoas que em um shopping e uma casa de shows, e no último quarteirão, em dois pontos de ônibus, próximos ao trevo do Belvedere e ao Morro do Papagaio. O eletricista Velber Ulisses, de 48, diz que pega ônibus no local com frequência. “Já vi gente dizendo que foi roubada aqui, mas nunca me senti ameaçado. Minha tática é não atender o telefone aqui. Deixo no silencioso”, afirma. O segurança A.J., de 48, morador do aglomerado, diz que a maioria dos roubos ocorre dentro dos ônibus. “Os adolescentes embarcam no começo da avenida e no trajeto tomam os telefones. Descem no ponto aqui do morro e desaparecem pelos becos”.

iPhone de Letícia, de quase R$ 3 mil, também foi roubado(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
iPhone de Letícia, de quase R$ 3 mil, também foi roubado (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


OUTROS BAIRROS Além do Centro de BH, os bairros Funcionários (5,8%) e Santa Efigênia (4,1%), são os mais visados por ladrões de celulares. Entre as avenidas, depois da Nossa Senhora do Carmo, aparecem Afonso Pena, Antônio Carlos, Amazonas, Contorno e Cristiano Machado. “As regiões com maior circulação de pessoas são as mais visadas pelos assaltantes”, explica o presidente da Bem Mais Seguro, Marcello Ursini.


Para detalhar os locais mais procurados pelos criminosos, a empresa analisou dados da plataforma colaborativa Onde Fui Roubado, que registrou 790 roubos entre maio de 2014 e abril de 2015. O site permite às vítimas registrar denúncia – por meio de geolocalização – por aplicativo ou web. A iniciativa ajuda a mapear o perfil de crimes envolvendo roubo de objetos nas principais cidades do país, com o intuito de chamar a atenção das autoridades e usar as informações como forma de prevenção.

Ao longo de 10 anos, o site já registrou 50 mil denúncias no país. Em caso de roubo ou furto, a Bem Mais Seguro recomenda que o usuário do aparelho não reaja, bloqueie o chip do celular com a sua operadora, faça um boletim de ocorrência online ou na delegacia mais próxima e solicite o bloqueio do IMEI com a operadora, após fazer o B.O. O número pode ser encontrado na nota fiscal do aparelho.

Quadrilhas presas

As polícias Militar, Federal e Rodoviária prenderam pelo menos três quadrilhas especializadas em roubo de celular em Belo Horizonte e no interior, em menos de dois meses. Em 2 de maio, três homens e uma mulher roubaram 40 aparelhos iPhone durante um show de música eletrônica no Mirante Olhos d’Água, no Barreiro. O bando estava hospedado em hotel no Centro de BH.

Treze dias depois, um peruano, de 37 anos, foi flagrado depois de se acidentar na BR-381, em Careaçu, no Sul de Minas. Com ele estavam 17 smartfones roubados durante um show na exposição agropecuária de Lavras, na mesma região. Em 27 de abril, cinco pessoas foram presas em Betim, na Grande BH, com 17 celulares roubados e R$ 34 mil em dinheiro.

A pesquisa da Bem Mais Seguro aponta que, em média, o prejuízo com roubo de celular é de R$ 879, o que, no total do volume constatado pelo site, soma R$ 694 mil. O estudo aponta que 61% dos aparelhos são roubados à noite e 39%, durante o dia. Curiosamente, os homens são os principais alvos, com 56%, contra 44% de telefones roubados das mulheres.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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