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Estado de Minas

Artes cênicas são agora patrimônio imaterial de BH

Entre os benefícios do reconhecimento pelo Conselho Municipal de Cultura está a atenção das políticas públicas


postado em 23/10/2014 06:00 / atualizado em 23/10/2014 07:13

Carolina Braga

TEATRO FRANCISCO NUNES -Inaugurado em 1950, foi durante anos o único teatro municipal de BH, após a desativação do Cine Teatro Metrópole. Interditado ao público em 2009, foi reformado e reinaugurado em maio deste ano. (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)
TEATRO FRANCISCO NUNES -Inaugurado em 1950, foi durante anos o único teatro municipal de BH, após a desativação do Cine Teatro Metrópole. Interditado ao público em 2009, foi reformado e reinaugurado em maio deste ano. (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)

A atividade teatral, seja ela no palco, na rua e ou na linguagem de bonecos é agora considerada patrimônio imaterial de Belo Horizonte. O registro das manifestações, assim como de sete espaços dedicados às artes cênicas na capital, foi feito na tarde de quarta-feira, durante reunião extraordinária do Conselho Municipal de Cultura. Na ocasião o ator Elvécio Guimarães recebeu homenagem pela dedicação às artes cênicas.

“Ao tornar o teatro, e todos os bens relacionados a ele, patrimonio imaterial estamos reconhecendo sua importância como manifestação cultural na história da cidade e, ao mesmo tempo, assegurando que as pessoas do presente e das próximas gerações tenham um contato com essa história e entendam porquê é valorizada a tal a ponto”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda, presente na reunião.

A partir de agora, locais como Teatro da Cidade, Francisco Nunes, Marília, Grande Teatro do Palácio das Artes, Teatro da Associação Mineira de Imprensa, Teatro de Arena do Parque Lagoa do Nado e Teatro Kleber Junqueira não poderão ter outra ocupação. Outra diferença é que, tratados como patrimônio, terão olhares mais generosos do ponto de vista das políticas públicas desenvolvidas para a cidade.

“O poder público reconhece de forma legal a importância do teatro, não só como manifestação artística, mas também que deve ser tratado de maneira especial como patrimônio de toda a comunidade. Isso facilita o acesso às leis de incentivo. Os espaços enumerados terão prioridade”, diz o arquiteto Leônidas Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura.

O parecer elaborado por Michele Abreu Arroyo, representante do Iphan no conselho, é um desdobramento de uma solicitação apresentada em 2008 pelo Sindicato dos produtores de Artes Cênicas de Belo Horizonte (Sinparc) e do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated). O objetivo naquela época era assegurar o funcionamento do Teatro da Cidade, construído em uma propriedade particular. O documento foi ampliado.

Os critérios adotados para a escolha dos espaços levou em consideração o tempo de existência, a manifestação cultural vigente, assim como a representatividade. É uma pena que dessa lista tenham ficado de fora locais como Teatro Clara Nunes e o Teatro Klauss Vianna, atualmente também ameaçado de fechamento depois da transferência do Oi Futuro para o Circuito da Praça da Liberdade.

De acordo com Leônidas Oliveira, a lista dos teatros não é uma questão fechada. “A conselheira Márcia Mourão fez uma provocação para que incluamos outros espaços e isso vai constar na ata para que seja tratado em uma outra reunião que tenha o patrimônio como tema”, assegurou. Por sugestão do prefeito, também serão feitos inventários imateriais das áreas de dança e circo.

SETORES CULTURAIS
A setorialização da cultura é algo que tem sido tratado com prioridade dentro da Fundação Municipal de Cultura. De acordo com Leônidas Oliveira, a principal mudança prevista para o próximo edital das leis de incentivo será a distribuição da verba por área de atuação. Essa é uma solicitação antiga da classe, presente nas reuniões públicas feitas com a população e também presente no plano municipal de cultura. A mudança será feita por meio de decreto.

“A comissão municipal de cultura vai avaliar, com base nos últimos anos, quais áreas apresentaram mais projetos, quais são prioritárias e aquelas que estão deficientes para dividir esse dinheiro”, esclarece Leônidas. O gestor reconhece que este ano a prefeitura enfrentou problemas no pagamento do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura. Muitos artistas beneficiados nos editais de 2012 e 2013 ainda não receberam os recursos aprovados.

De acordo com o presidente da fundação, o atraso se deve em parte por falta de documentação dos proponentes mas também por uma questão macroeconômica. “De fato houve um atraso de repasse esse ano por um contingenciamento que transcende a Fundação Municipal de Cultura. Todos os projetos estão empenhados e assim serão pagos. Acreditamos que até janeiro esteja regularizado”, garante.

ESPAÇOS TOMBADOS

» TEATRO DA CIDADE
Inaugurado em 1989 por Pedro Paulo Cava, foi sede do Teatro de Pesquisa, entidade dirigida por ele na época. Desde então, é palco de grandes produções do teatro mineiro, como os musicais Mulheres de Holanda, Na era do rádio e outros.

» TEATRO FRANCISCO NUNES
Inaugurado em 1950, foi durante anos o único teatro municipal de BH, após a desativação do Cine Teatro Metrópole. Interditado ao público em 2009, foi reformado e reinaugurado em maio deste ano.

» TEATRO MARÍLIA
Inaugurado em 1964, era o auditório da Escola de Enfermagem da Cruz Vermelha Brasileira e ficou sob responsabilidade de entidade durante 15 anos. Ao longo das décadas de 1960 e 1970, foi ponto de encontro de artistas, intelectuais e quem mais circulava no cenário cultural da época.

» GRANDE TEATRO DO PALÁCIO DAS ARTES
Mantido pela Fundação Clóvis Salgado, foi inaugurado em 1971. O complexo arquitetônico ocupa 900 mil metros quadrados dentro do Parque Municipal.

» TEATRO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE IMPRENSA
Inaugurado em 31 de outubro de 1969, recebeu na década de 1970 montagens de autores como Gianfrancesco Guarniere, Carlos Queiroz Telles e Oduvaldo Viana Filho. Nos anos 1980, incluiu programação para público infantil.

» TEATRO DE ARENA LAGOA DO NADO
Localizado na região norte de BH, entre os bairros Planalto e Itapoã, o Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado tem 311 mil metros quadrados e foi implantado em 1994. O Teatro de Arena faz parte da uma infraestrutura preparada para receber atividades de educação ambiental, cultura e esporte.

» TEATRO KLEBER JUNQUEIRA
Localizado na rua Platina, no Bairro Calafate, na
Região Oeste de BH, ocupa o antigo cine São José. Em 2004, foi reformado e passou a receber produções do diretor Kleber Junqueira.


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