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Estado de Minas

BH tem quase 80 obras pelo caminho

Intervenções espalhadas por toda a BH, sete delas em grandes corredores viários, associadas à explosão da frota obrigam cidadãos a optar até pela caminhada para cumprir obrigações


postado em 09/09/2013 00:12 / atualizado em 09/09/2013 07:03

Valquiria Lopes e Juliana Ferreira

Andar pelo canteiro de obras em que se transformou Belo Horizonte e correr riscos no trânsito caótico é uma maratona diária para quem precisa se locomover nos horários de pico. Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), 79 obras – sete delas em importantes corredores – estão em andamento na cidade, onde a frota não para de crescer. O último levantamento do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de julho, aponta 1.565.535 veículos circulando na capital. O número quase dobrou nos últimos 10 anos – em julho de 2004 eram 795,6 mil veículos – e continua avançando: a cada dia cerca de 290 carros são emplacados em BH. Não é à toa que chegar e sair do trabalho se tornou um tormento.

Samuel Sales, de 22 anos, encara esse desafio diariamente, mas foi obrigado a mudar a rotina e abrir mão de parte de sua qualidade de vida. O jovem passou o último ano se desdobrando para ir do estágio, em um centro de saúde em Venda Nova, para o restaurante em que trabalha como garçom à noite, no Bairro Sion, Centro-Sul. Ele pegava dois ônibus para casa, no Bairro Ouro Preto, na Pampulha, apenas para tomar um banho. Em seguida, gastava duas horas em outros dois coletivos para chegar ao emprego, onde passou a jantar. “O trânsito parava tanto que eu descia do ônibus e ia até a Avenida João Pinheiro andando. O trajeto que eu fazia em 30 minutos o ônibus demorava uma hora para percorrer”, conta. A situação só melhorou quando Sales passou a trabalhar no Hospital Risoleta Neves, também em Venda Nova, e começou a usar o metrô.

O mestre em engenharia de transportes Paulo Rogério da Silva Monteiro explica que toda obra exige atenção redobrada do motorista. “O congestionamento é fruto de uma demanda maior do que a capacidade. Com as obras, o fluxo é mais lento, porque o motorista fica receoso”, afirma. Apesar disso, segundo ele, a lentidão é causada, na maioria dos casos, pela grande quantidade de carros.

Uma demora que atrapalha o trabalho do taxista Humberto Antônio Agenor, já que as corridas ficaram mais caras devido aos engarrafamentos, o que afugentou passageiros. “Complica para a gente, mas as obras são necessárias para melhorar o trânsito”, diz.

Na tentativa de fugir dos transtornos, a dona de casa Patrícia Santos trocou o volante pela caminhada. “Faço tudo a pé. Só levou minha filha de carro à escola porque não tem jeito. Às 18h, o trânsito nas avenidas Getúlio Vargas, Contorno e Amazonas não anda”, reclama. (Colaborou Sara Lira)


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