
Ontem, o movimento em frente à igreja continuou durante todo o dia, mas um pouco mais discreto. Os parentes das 10 vítimas mortas na tragédia preferiram se recolher em casa para aguardar a chegada dos corpos de Governador Valadares. Os familiares de Marinalva Vicente da Silva Oliveira, de 50 anos, ficaram reunidos na casa dela, na Fercal. “Estamos em estado de choque, sem acreditar no que está acontecendo. Ela estava muito feliz, era a segunda vez que ia para lá. Há um ano e meio ela ficou 15 dias no município, ela foi para cozinhar e levar mantimentos", contou um dos filhos, o motorista Jason Silva Oliveira, 26 anos.
Marinalva deixou marido, dois filhos e três netos. Era motivo de orgulho entre os familiares. “Ela sempre fez esse tipo de trabalho. Estava sempre alegre e deixava de fazer coisas para ela para ajudar os outros”, continuou Jason. O motorista contou que a mãe se formou em teologia há alguns anos e trabalhava em uma casa de missão no Paranoá e fazia serviço de coordenação de eventos.
Na igreja, o clima era de consternação entre os fiéis. Muitos apareciam para orar e oferecer ajuda aos familiares de vítimas. O grupo de funcionários recebia as informações de Minas e repassava a quem estava por lá. Também se mobilizava para conseguir o transporte dos sobreviventes e dos corpos das 10 vítimas. Reservaram salas para as pessoas descansarem. As refeições do dia foram feitas lá mesmo.