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Estado de Minas

Engenheiro naval é exigido para avaliar condições dos barcos no Parque Municipal

Brinquedos foram interditados por fiscais da prefeitura


postado em 28/05/2013 06:00 / atualizado em 28/05/2013 06:49

(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)



Quem tiver interesse em dar um passeio em um dos 38 barcos a remo do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, Centro-Sul de Belo Horizonte, vai ter que esperar, diante de uma exigência inusitada. Os responsáveis pelo serviço estão com dificuldades para encontrar um engenheiro naval que ateste a segurança das embarcações, exigência da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec). Com isso, não há previsão de liberação dos tradicionais barquinhos. Pior: os concessionários reclamam que não existe esse tipo de profissional em Belo Horizonte e, enquanto isso, o serviço continua parado. Nessa segunda-feira, vistoriadores da Comdec voltaram ao parque e, além dos barcos, mantiveram interditados 21 brinquedos movidos a energia elétrica, já que ainda não há um laudo que garanta a eficiência técnica dos aterramentos elétricos.

Nivaldo Ferreira Fraga, de 71 anos, tem mais de cinco décadas como responsável pelos barcos do Parque Municipal e diz que nunca lhe foi cobrado nenhum laudo atestando condições de segurança. Menos ainda emitido por um engenheiro naval. A exigência chega a causar arrepios no homem que toca o serviço desde 1962. “Isso é coisa de guerra. Já procuramos para todos os lados. Não existe esse profissional em Belo Horizonte”, diz Nivaldo.

Ivanildo Almeida Rodrigues, de 53, não é engenheiro, mas é  quem faz os barcos do parque municipal há 37 anos. “Nunca tivemos um que afundou. Acho que outro profissional poderia fazer o laudo”, diz ele, preocupado com a interdição. “Isso aqui é barco artesanal, não é coisa de guerra não. Engenheiro desse tipo, só no Rio de Janeiro”, completa Nivaldo.

De acordo com a Defesa Civil, a exigência de um engenheiro naval não é determinada pela Comdec, mas sim pela Norma 52 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Técnicos do órgão estiveram no parque há 60 dias, alertando os concessionários sobre os problemas. “Nossa preocupação é minimizar os riscos e trabalhar para que não aconteçam acidentes”, garante o vistoriador da Defesa Civil Nilson Luiz da Silva.

Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea/MG), há 35 engenheiros navais registrados em outros conselhos do país com autorização para trabalhar em Minas, sendo que 10 moram em Belo Horizonte. Porém, o conselho reconhece que falta esse tipo de profissional no mercado e por isso a Câmara de Engenharia Mecânica da entidade deliberou que um engenheiro mecânico pode emitir um laudo sobre embarcações.

Parte elétrica

Brinquedos elétricos também estão interditados pela Defesa Civil(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Brinquedos elétricos também estão interditados pela Defesa Civil (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Em situação semelhante à dos barcos estão 21 brinquedos movidos a energia elétrica operados por três empresas diferentes. Ainda segundo o vistoriador Nilson Luiz da Silva, o último laudo produzido por um engenheiro para garantir a segurança dos brinquedos, que venceu ontem, não é suficiente. “O documento diz que a situação é razoável. Precisamos de um laudo que ateste tecnicamente a eficiência dos aterramentos de cada brinquedo”, diz Nilson. Ele ainda afirma que três dos brinquedos nem aterrados eram. “Da semana passada para cá, os responsáveis fizeram o aterramento, porém, da mesma forma que os demais, sem comprovação técnica de eficiência”, afirma Nilson.

Um representante das duas empresas que operam os brinquedos, que não quis se identificar, afirmou que semestralmente é contratado um engenheiro para apresentação de laudo à Fundação de Parques Municipais, a fim de renovar o serviço. Porém, segundo ele, desde 2005 houve mudança na regulamentação dos aterramentos e os laudos que continuam acompanhando o modelo antigo eram aceitos normalmente. “Agora, precisamos de um prazo para fazer as adequações. Já fizemos contato com uma empresa para modernizar os aterramentos e atestar o que eles querem”, diz ele.

Só depois de apresentados os documentos de cada brinquedo é que a Defesa Civil deve liberar o funcionamento dos equipamentos. O presidente da Fundação de Parques Municipais, Homero Brail, confirmou que anteriormente os brinquedos do parque eram liberados mediante laudo técnico emitido por engenheiro credenciado pelo Crea, semestralmente. A fundação garante que o critério de fiscalização usado até então garantia que os usuários não corriam riscos em relação ao aterramento elétrico.


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