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Estado de Minas

Refém de presos na Nelson Hungria diz que está sendo respeitada por presos

Militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) já iniciaram a negociação com os presos, que seguem em cima dos telhado do Pavilhão 1. Rebelião começou às 9h


postado em 21/02/2013 14:25 / atualizado em 21/02/2013 15:16

Em cima do telhado, presos tentam convencer detentos de outros pavilhões a participarem da rebelião(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)
Em cima do telhado, presos tentam convencer detentos de outros pavilhões a participarem da rebelião (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)


Por João Henrique do Vale, Luana Cruz, Cristiane Silva e Paula Sarapu

A situação na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, continua tensa. Militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) negociam com um dos presos, que não quis se identificar, através de um rádio comunicador de um agente penitenciário que é mantido refém. Uma professora, que também está sob poder dos criminosos, passou mal e teve que ser medicada devido a pressão alta. Por meio do rádio, ela informou aos negociadores que não foi ferida e que está sendo respeitada pelos presos.

Veja imagens da rebeliao

O subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, afirmou que entre as exigências feitas pelos detentos estão a retirada da aeronave da Polícia Militar que sobrevoava a penitenciária e mais baterias para o rádio comunicador dos agentes. Os presos também querem a alteração das regras para visitas de grávidas, que foi mudada recentemente pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). De acordo com Murilo Andrade, as mudanças foram implementadas para dar conforto às mulheres. Hoje elas são levadas para uma sala onde ficam trinta minutos com o preso em uma visita assistida.

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)


O motim começou por volta de 9h, com cerca de 100 rebelados. Segundo o subsecretário de Administração Prisional, os presos aproveitaram uma distração da segurança. “Foi uma questão de oportunidade. Um deslize do agente. A professora estava na sala e eles renderam primeiro o agente e depois a professora”, disse Murilo Andrade. Em seguida, o agente foi levado para o pátio do pavilhão, onde foi ameaçado por um material parecido com barras de ferro e facas. A princípio, foi descartada a posse de armas de fogo pelos detentos.

Os presos usaram lençóis para escreverem as palavras "opressão" e "sistema". Alguns lençóis e colchões foram queimados e os bombeiros tiveram de conter as chamas. Do lado de fora da penitenciária, foi possível ouvir barulho de bomba e tiros no pavilhão, mas a PM nega que ocorreram disparos. Os rebelados, com rostos cobertos, quebraram telhas e ameaçaram colocar fogo em um detento. Neste momento, eles seguem em cima do telhado gritando para os presos de outros pavilhões para incentivá-los a também fazer um motim. Porém, segundo a Suapi, nos outros blocos todos estão dentro de suas celas.

Um gabinete de crise foi montado no local, com a presença de autoridades da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), PM e Polícia Civil. Representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), da Defensoria Pública e o juiz da Vara de Execuções Penais também acompanham a rebelião.

Ligação para rádio

Um dos presos que comanda a rebelião, Daniel Augusto Cypriano, de 29 anos, ligou para a Rádio Itatiaia e exigiu a presença da imprensa na penitenciária. Os detentos querem chamar atenção para problemas internos e regras de visitação. Eles exigem também a chegada do deputado estadual Durval Ângelo (PT) da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

O parlamentar está viajando de Mutum, na Zona da Mata de Minas, para Belo Horizonte e informou que não foi avisado para comparecer ao presídio. Ele só vai até a unidade se for acionado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), com garantia de segurança. “Eu ando com escolta policial 24 horas. Só vou lá com segurança para evitar incidentes. Se alguém for ferido eu posso ser responsabilizado”, afirma.

O líder do motim também pediu que compareçam ao presídio um procurador de Justiça e um juiz da Vara de Execuções Penais. Cypriano informou no telefonema que está preso há 10 anos. Muito nervoso, disse que só libertará os reféns, após cumprimento das exigências. Ele é conhecido pelos apelidos de Carioca e Snap e tem seis condenações, cinco por roubo e uma por homicídio.

Segundo o cadastro do Ministério da Justiça, o presídio não possui bloqueador de sinal de celular. Em nota, a Seds informou que agentes do Comando de Operações Especiais da Suapi (COPE) isolaram o local para chegada da PM e que não há feridos.


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