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Estado de Minas

Ladrões de casas seguem à solta em Belo Horizonte

Dos oito assaltos com reféns registrados em 30 dias na capital, em apenas um dos casos houve prisão em flagrante. Polícia diz que investigação é complexa e promete reforço


postado em 14/10/2012 06:00 / atualizado em 14/10/2012 07:14

Policial olha para casa de Cecília Bizzotto, morta na semana passada: moradores cobram mais eficiência(foto: Paulo Filgueiras/em/d.a press - 8/10/12)
Policial olha para casa de Cecília Bizzotto, morta na semana passada: moradores cobram mais eficiência (foto: Paulo Filgueiras/em/d.a press - 8/10/12)

Uma semana depois do assassinato da atriz Cecília Bizzotto, durante um assalto à casa dela, no Bairro Santa Lúcia, a Polícia Civil ainda não identificou nem prendeu os três bandidos que participaram da ação. A perícia não conseguiu detectar impressões digitais em superfícies lisas da casa da família Bizzotto, como maçanetas e espelhos, e câmeras de segurança de outras casas da rua não flagraram a movimentação dos suspeitos. Nos últimos 30 dias, a cidade foi alvo de pelo menos oito roubos a residências, seis deles só este mês, a maioria na Região Sul de Belo Horizonte. A polícia diz que está trabalhando, mas em apenas uma das ocorrências um suspeito foi preso – em flagrante, pela Polícia Militar.

A lentidão preocupa moradores. O presidente da União das Associações de Bairros da Zona Sul de BH, Marcelo Marinho, cobra mais eficiência da Polícia Civil e considera que a corporação está mal equipada, com efetivo insuficiente para dar conta do trabalho. “A gente recebe as estatísticas com indignação por causa da impunidade, que estimula o banditismo. Não há uma investigação rápida nem prisão, o que deixa os moradores descrentes e os bandidos à vontade”, avalia.

A polícia se justifica. O chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil em Minas Gerais, Wagner Pinto, diz que o latrocínio (roubo seguido de morte) é um crime mais complexo. “É mais difícil de se investigar porque precisamos fazer uma série de levantamentos e cruzar informações”. Responsável pelas investigações sobre a morte de Cecília, a delegada Elenice Batista, por sua vez, diz que, em um homicídio comum, muitas vezes a motivação indica o suspeito, o que não ocorre nas situações seguidas do roubo. “Nesses casos, a motivação não está ligada à morte e a gente precisa partir dos próprios suspeitos”, afirma.

Depoimentos Segundo Elenice Batista, os depoimentos do irmão da vítima e da namorada dele foram importantes para a polícia entender a mecânica do crime e apresentar as características dos criminosos. Ambos conseguiram perceber semelhanças com suspeitos do álbum de investigados da delegacia. A polícia investiga se um carro deu cobertura à ação dos marginais e recebeu informações sobre a arma que eles usaram: uma pistola calibre 380. A delegada afirma que ainda não é possível relacionar o assalto à casa de Cecília com as demais invasões que recentemente levaram pânico a moradores da Zona Sul, mas admite que investigadores tentam identificar se são integrantes de uma mesma quadrilha.

O chefe do 1º Departamento de Polícia da Capital, Leonardo Vieira, responsável pela Zona Sul, afirma que as investigações estão avançadas. Ele conta que, em dois casos, já se sabe que é a mesma quadrilha. Outro assalto, no Belvedere, passou a ser investigado pelo Departamento de Operações Especiais (Deoesp). “Os resultados, embora demorados, surgem. Não são como a gente gostaria, mas estamos tendo cuidado na apuração desses crimes e vamos reforçar as investigações”, promete Vieira. “Nós temos percebido um aumento no número de roubos a residências e, claro, isso causa um temor social muito grande. Quem comete crime vai tentar se valer do anonimato e, quando não há prevenção, a investigação fica um pouco dificultada”, admite.

Familiares e amigos lotaram a capela do Retiro das Pedras na celebração da missa de sétimo dia da atriz Cecília Bizzotto Pinto, de 32 anos(foto: Marcos Veira/EM/D.A.PRess)
Familiares e amigos lotaram a capela do Retiro das Pedras na celebração da missa de sétimo dia da atriz Cecília Bizzotto Pinto, de 32 anos (foto: Marcos Veira/EM/D.A.PRess)


Homenagens à atriz

Saudade, indignação e dor em capela miúda, a missa de sétimo dia em homenagem à atriz Cecília Bizzotto, a Ciça, assassinada há uma semana no Bairro Santa Lúcia, movimentou o Condomínio Retiro das Pedras, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Apenas familiares e amigos mais próximos da artista tiveram autorização para participar da cerimônia religiosa. A família, em silêncio, busca forças para seguir, depois do trágico fim da menina, filha e mãe, de 32 anos. Ciça foi morta dentro de casa durante assalto no início da madrugada do dia 7.

Na internet, em blogs e redes sociais, as manifestações de indignação pela morte da atriz se multiplicam em onda pela paz. Felipe Menhem, amigo de infância do irmão de Ciça, Marcelo Bizzotto, desabafou: “Com a Ciça, vai um pouco da gente também. No momento de tristeza e revolta, o que nos resta é dar apoio para quem fica, pro nosso amigo e pra família. É o que vamos fazer agora. Até pra mantermos a fé na vida”. Marcelo e a namorada também foram feitos reféns pelos assassinos de Ciça.

Encontro Sentimentos de tristeza e indignação, na ponta dos dedos, como os de Iannini se repetem no Facebook. Com 1.170 compartilhamentos, convite para ato público pela vida mobiliza artistas e cidadãos para encontro amanhã, às 19h, na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia. “A gente precisa é de amor e de paz, pra poder continuar, acreditar que algo pode ser feito e transformar nossa perplexidade e indignação em grito de PAZ e esperança!”, convida a cantora Vanessa Ferreira, de Paris, sua rede de amigos.


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