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Estado de Minas A NOVA RODOVIA DA MORTE

BR-040 ultrapassa a 381 e registra no primeiro semestre 124 mortes em 2.591 acidentes

Especialista diz que números acendem alerta, mas não mostram diagnóstico de problemas


postado em 07/07/2012 06:00 / atualizado em 07/07/2012 07:14

Colisão mais grave na rodovia em março matou 17 operários de Ipatinga em choque entre um ônibus e um carreta perto de Felixlândia, na Região Central. Motorista do coletivo teria feito ultrapassagem irregular (foto: Sidiney Domingos de Melo/Portal FelixlÂndia - 17/3/12)
Colisão mais grave na rodovia em março matou 17 operários de Ipatinga em choque entre um ônibus e um carreta perto de Felixlândia, na Região Central. Motorista do coletivo teria feito ultrapassagem irregular (foto: Sidiney Domingos de Melo/Portal FelixlÂndia - 17/3/12)


A violência nas estradas federais que cortam Minas Gerais chama a atenção para a BR-040 no primeiro semestre. Números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que 124 pessoas morreram em acidentes na rodovia nos últimos seis meses. A BR-381, que sempre esteve à frente nas estatísticas da violência, registrou 119 mortes. Em 2010, a luz de alerta se acendeu na BR-381 quando o número de mortes chegou a 334, quase uma por dia. A PRF informou ontem que já está prevista a instalação de radares na BR-040 em direção a Brasília, principalmente a partir de Curvelo, na Região Central. Em março, uma batida entre um ônibus e uma carreta matou 17 operários na 040, perto de Felixlândia.

Os 533 quilômetros entre Belo Horizonte e Cristalina (GO) puxaram os números da violência na BR-040, que também liga Minas ao Rio de Janeiro. No trecho até Goiás, foram 70 pessoas mortas, 848 feridas em 1.292 ocorrências no primeiro semestre. Um número alto, comparado a igual período de 2011, com 47 mortes, 861 feridos em 1.388 acidentes.

A chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal em Minas, Fabrízia Nicolai, prefere não considerar que os números de acidentes, mortes e feridos sirvam como base para afirmar que a BR-040 surge como uma nova Rodovia da Morte. Segundo ela, as estatísticas são importantes para traçar o plano de ação da fiscalização, mas não aponta para situações específicas que estariam resultando em ocorrências com mais mortes. “Não dá para afirmar que as características atuais da rodovia favorecem o crescimento do número de mortes. A PRF não banaliza esse número e busca sua redução. Há vários fatores a serem considerados, mas o preponderante na causa dos acidentes ainda é o motorista.”

Prevenção

Para o professor universitário Paulo Rogério Monteiro, mestre em engenharia de transporte e trânsito, é preciso uma análise das causas e não apenas do crescimento do número de acidentes e mortes. “Esses números acendem uma luz de alerta, mas não apresentam um diagnóstico dos problemas da rodovia, que apresenta características diferentes em pelo menos três trechos, que variam desde a pavimentação à área urbana ou rural. Se houve queda da violência na BR-381, é reflexo das ações preventivas que foram implantadas nos últimos anos. E só conhecendo as causas efetivas desses acidentes, é possível adotar medidas eficazes”, acrescenta.

Para o encarregado de produção Weverson Vieira da Silva, o medo de viajar pela BR-040, entre BH/Brasília, vai além dos números. No acidente de março, ele perdeu cinco operários de sua equipe e com três dos quais teve convivência de mais de sete anos. “Estava num ônibus à frente e poderia ter vindo com o pessoal no veículo que bateu. Deixei o emprego 20 dias depois do acidente, pois não conseguia ficar lá pensando nos colegas, que eram como irmãos. Voltei a viajar por outra empresa e, desde então, já passei pelo trecho três vezes. E não vi nada de novo que pudesse aumentar a segurança dos motoristas e passageiros. Não me admira que o número de mortes tenha crescido”, disse Weverson.

Violência no asfalto

(1º semestre)

BR-040

2011 – 109 mortes e 1.697 feridos em 2.747 acidentes

2012 – 124 mortes e 1.677 feridos em 2.591 acidentes

BR-381

2011 – 149 mortes e 2.382 feridos em 4.791 acidentes

2012 – 119 mortes e 2.342 feridos em 4.930 acidentes


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