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Estado de Minas

Delegado descarta que universitária tenha sido assassinada por vingança

Com base em imagens e depoimentos de testemunhas próxima de suspeitos


postado em 27/05/2012 07:48

Depois de dois dias investigando a vida pregressa da universitária Bárbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, do namorado dela e de um irmão, a polícia chegou à conclusão de que a jovem foi mesmo vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Ela foi morta na noite de quarta-feira com um tiro na nuca no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste de BH.

As imagens gravadas por uma câmera de segurança e uma testemunha localizada durante a noite de anteontem serviram para afinar os discursos das autoridades sobre a principal linha de investigação. Segundo o delegado da Divisão de Homicídios Rodrigo Bossi, o caso está praticamente elucidado e os suspeitos são mesmo Wagner Henrique Soares da Conceição, o Waguinho, e Tiago Henrique Fernandes dos Santos, conhecido como Terror. Pelo menos mais uma pessoa teria dado cobertura à tentativa de assalto. Investigadores estão à caça dos suspeitos.

Em entrevista na manhã de ontem, o delegado informou que a testemunha, mantida sob sigilo por questões de segurança, tem relacionamento estreito com os suspeitos e confirmou a participação da dupla, que é da comunidade do Bairro Santa Cruz, Região Nordeste da cidade. Os dois têm mandado de prisão temporária expedido pela Justiça pelo assassinato do travesti conhecido como Mona, em dezembro do ano passado, no Bairro Cachoeirinha. A análise das imagens que flagraram a abordagem dos assaltantes na Rua Tabelião Ferreira de Carvalho, na noite da última quarta-feira, também pôde definir a dinâmica do crime.

“A dinâmica não aponta indícios de homicídio. O relato do namorado da vítima é bem próximo das imagens, que mostram quando Bárbara é abordada pelo lado do motorista. Os dois suspeitos se aproximam e um tenta abrir a porta, que está trancada. O carro começa a descer. Pode-se observar que o agente vai andando junto com o carro e coloca a mão para dentro, tenta entrar no carro, o que coincide com as coronhadas que a universitária levou. Pelas imagens, o momento do disparo ocorre quando o carro bate no Fiat Stilo porque o autor se afasta e para de praticar a ação. Se fosse vingança, o agente chegaria atirando e mataria os dois”, explicou o delegado.

De acordo com as investigações, o autor do disparo que atingiu a nuca da estudante foi Tiago, considerado pelo delegado como um “indivíduo extremamente perigoso”. O namorado de Bárbara, Gabriel Quaresma, identificou Waguinho por meio de fotos, mas o delegado acredita que ele possa ter feito confusão porque os dois suspeitos se aproximaram do carro. “Eles são suspeitos de ser traficantes, homicidas e estão envolvidos em ocorrências de furto e roubo de veículos na região onde Bárbara foi morta”, afirmou Rodrigo Bossi.

Segundo o delegado, os dois são foragidos da Justiça há cerca de seis meses e estariam, nesse período, fora de Belo Horizonte, escondidos na cidade de São José da Lapa, na região metropolitana. Pelo menos mais uma pessoa está sendo investigada. No momento do assalto, ela estaria dentro do Fiat Stilo prata. O carro ainda não foi localizado pela polícia.

Depoimento

Ontem, a mãe de Bárbara, a pecuarista Tânia Quaresma Dalton Santos, de 49, também prestou depoimento. Rodrigo Bossi disse que a ideia era descartar a possibilidade de vingança, motivada pelo envolvimento do irmão da jovem, que está preso por tráfico de drogas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. “Ele sofreu ameaças há mais de quatro anos e seria muito remota uma vingança agora, contra a meia-irmã distante. Bárbara era uma menina meiga, querida por todos os amigos e sem qualquer envolvimento com drogas. Mal bebia. Posso ampliar esse mesmo perfil ao Gabriel, namorado dela. É um rapaz trabalhador, que teve um envolvimento normal com a maconha como qualquer jovem da idade dele”, justificou o delegado, contradizendo a teoria de que o crime teria sido um acerto de contas.

Rodrigo argumentou ainda que a investigação não pode descartar nenhum fato. Ele informou que a reconstituição do crime não será necessária. “Estamos seguros quanto à dinâmica. Belo Horizonte vive um momento crítico em relação à violência”, admitiu. Mãe da jovem, Tânia diz que a conclusão dos autores foi um alívio. “Seria um pesar muito grande e uma tragédia na família. Mas eu sabia que eles eram inocentes. Gabriel foi gerente de uma das minhas fazendas e é primo da Bárbara, cresceu com ela. Saber quem são os verdadeiros suspeitos me conforta”, contou ela.

O delegado tem 30 dias para encerrar o inquérito e vai renovar o pedido de prisão contra Waguinho e Terror. As equipes continuam nas ruas checando informações sobre o paradeiro da dupla e a identificação de possíveis outros comparsas. O delegado pede que a população colabore com informações pelo Disque-Denúncia: 181.

Outra vítima da dupla

O travesti conhecido como Mona foi morto com tiros nas costas e no pé no dia 27 de dezembro de 2011, no Bairro Cachoeirinha, também na Região Nordeste da cidade. O crime aconteceu na Rua Japurá quase esquina com Clara Nunes, local onde a vítima vivia com outros moradores de rua. Os acusados, segundo o delegado, são Wagner Henrique Soares da Conceição, o Waguinho, e Tiago Henrique Fernandes dos Santos, que tiveram prisão decretada pela Justiça. Na noite anterior ao crime, uma pessoa ateou fogo nos pertences dos andarilhos.


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