O psicólogo e poeta Wolber de Alvarenga, pai do cantor Samuel Rosa, da banda Skank, foi enterrado no cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira. Alvarenga, que tinha 73 anos, morreu nesta quarta-feira na capital mineira, onde estava internado. A causa da morte não foi divulgada.
Considerado pelos amigos e companheiros de jornada como uma pessoa iluminada, Wolber escreveu diversos livros. No último, Vi Ver Vi Vendo II, publicado pela editora Vereda, o piscólogo consegue penetrar na alma do ser humano e convida o leitor a viajar dentro de seu próprio universo.
Em entrevista à repórter Déa Januzzi, o poeta contou que não gostava da dicotomia bom e ruim, branco e preto, saúde e doença, vida e morte. “Evito dizer que alguém é doente mental, tem síndrome e transtorno disso ou daquilo. A sociedade uniformiza tudo para ter previsão e controle, mas não estamos dentro de uniforme nenhum, somos seres viventes. Costumo dizer que a sociedade nos quer meio mortos, não nos quer vivos.”
Para Wolber, “quando você sai da faixa da normalidade, a sociedade o apedreja. Jogam pedra em cima de você, porque só entendem a convenção”. Wolber, por exemplo, não faz parte das convenções. “Faço parte do grupo das mulheres, dos índios, dos negros, dos homossexuais que não estão adaptados.” Mas, com o tempo, “se aquilo que você criou for bom para a sociedade, aí ela vai absorvendo. Aí a humanidade cresce e se movimenta. É como o movimento da ameba, a sociedade padronizada vai englobando você. E a gente tem que ser forte para aguentar as pedradas. E como ser forte? Libertando-se cada vez mais dos padrões.” E ele avisa que o preço é alto. “Mas só assim as pessoas podem encontrar um referencial interno e chegar perto do divino.”
"Chora o verso, canta o verso,
Chora de tanto versar
Mágoa corre pelo homem
Homem anda devagar
Já faz tempo já vai longe
Longe demais para ficar
Vem o verso vem de novo
Na lembrança na saudade,
No tempo que o tempo não dá.
Canta o homem canta o mundo
Canta tudo de cantar
Canta o verde de seu verso
Canta a noite sem luar
Canta o adeus na noite escura,
Na vontade de ficar
Mas o homem segue em frente
Homem não pode chorar
De chorar já morreu gente
Pega o verso de cantar
Atrás da serra tem capoeira
Atrás da serra tem sim senhor
Morena namoradeira
Tem sim senhor
Tem Margarida tem Florisbela"
Wolber de Alvarenga
Considerado pelos amigos e companheiros de jornada como uma pessoa iluminada, Wolber escreveu diversos livros. No último, Vi Ver Vi Vendo II, publicado pela editora Vereda, o piscólogo consegue penetrar na alma do ser humano e convida o leitor a viajar dentro de seu próprio universo.
Em entrevista à repórter Déa Januzzi, o poeta contou que não gostava da dicotomia bom e ruim, branco e preto, saúde e doença, vida e morte. “Evito dizer que alguém é doente mental, tem síndrome e transtorno disso ou daquilo. A sociedade uniformiza tudo para ter previsão e controle, mas não estamos dentro de uniforme nenhum, somos seres viventes. Costumo dizer que a sociedade nos quer meio mortos, não nos quer vivos.”
Para Wolber, “quando você sai da faixa da normalidade, a sociedade o apedreja. Jogam pedra em cima de você, porque só entendem a convenção”. Wolber, por exemplo, não faz parte das convenções. “Faço parte do grupo das mulheres, dos índios, dos negros, dos homossexuais que não estão adaptados.” Mas, com o tempo, “se aquilo que você criou for bom para a sociedade, aí ela vai absorvendo. Aí a humanidade cresce e se movimenta. É como o movimento da ameba, a sociedade padronizada vai englobando você. E a gente tem que ser forte para aguentar as pedradas. E como ser forte? Libertando-se cada vez mais dos padrões.” E ele avisa que o preço é alto. “Mas só assim as pessoas podem encontrar um referencial interno e chegar perto do divino.”
"Chora o verso, canta o verso,
Chora de tanto versar
Mágoa corre pelo homem
Homem anda devagar
Já faz tempo já vai longe
Longe demais para ficar
Vem o verso vem de novo
Na lembrança na saudade,
No tempo que o tempo não dá.
Canta o homem canta o mundo
Canta tudo de cantar
Canta o verde de seu verso
Canta a noite sem luar
Canta o adeus na noite escura,
Na vontade de ficar
Mas o homem segue em frente
Homem não pode chorar
De chorar já morreu gente
Pega o verso de cantar
Atrás da serra tem capoeira
Atrás da serra tem sim senhor
Morena namoradeira
Tem sim senhor
Tem Margarida tem Florisbela"
Wolber de Alvarenga