
Marcelo conta que teve que manter a calma e pensar rápido para evitar uma tragédia, mesmo com os três passageiros em pânico, gritando ao seu lado. “O único lugar que eu vi que podia pousar com segurança era esse canteiro de obras. Fiz uma curva bem acentuada e monitorei a rotação”, contou, preocupado em avisar a família e a namorada, que moram em São Paulo, de que ele estava bem.
Outra sorte, segundo Marcelo, foram as hélices não terem atingido o chão, pois os riscos seriam maiores. Ele conta que os passageiros queriam descer apressados, mas foram impedidos diante do perigo de se ferir. “A aeronave ficou um pouco inclinada e alguém poderia se machucar”, disse. Bombeiros jogaram espuma e água no helicóptero para evitar incêndio. O tanque estava com 80% da sua capacidade de querosene e todo o combustível vazou. A viagem até Passa Tempo demoraria 45 minutos.
Marcelo revela que já foi obrigado a fazer pouso forçado antes, mas por um problema mais simples e sem tantos riscos como ontem. “Desta vez, não deu tempo para pensar muita coisa. Quando a gente faz um pouso de emergência, é sempre interessante ter o vento de proa. Foi o que me segurou, senão eu teria caído em cima da escola, do posto de saúde ou da igreja”, descreveu. “Agradeço a Deus por estarmos vivos”, disse Marcelo, emocionado.
O tenente-coronel Marcelo Tadeu de Souza Brito, do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros, disse que o procedimento adotado pelo piloto foi o correto. “A experiência dele foi fundamental. Devido à grande habilidade dele, não houve uma tragédia”, declarou o militar. Segundo o major Felipe, do Seripa III, um investigador da Rolls Royce vem dos Estados Unidos para apurar o acidente. “Vamos investigar o motivo da falha do motor, mas em princípio ela aconteceu sem nenhum aviso prévio”, disse o major. A investigação do Seripa teria fins de prevenção. A aeronáutica e a Polícia Civil vão fazer uma apuração paralela. A hélices da aeronave foram retiradas para remoção do helicóptero, que será periciado.
