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Estado de Minas

Feriado prolongado expõe rotina de estresse e mortes nas rodovias de Minas


postado em 27/06/2011 06:11 / atualizado em 27/06/2011 10:30

Polícia Rodoviária Federal fiscalizou com rigor trecho da Rodovia da Morte próximo às pontes metálicas provisórias no Rio das Velhas, em Sabará(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Polícia Rodoviária Federal fiscalizou com rigor trecho da Rodovia da Morte próximo às pontes metálicas provisórias no Rio das Velhas, em Sabará (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Mais um feriado prolongado e, com ele, a repetição das tragédias e do exercício de paciência para quem pensa em descansar e acaba passando horas e horas nas rodovias, enfrentando congestionamentos e outros problemas decorrentes das condições precárias das estradas. Somente no domingo, dia de as famílias voltarem para casa, pelo menos oito pessoas morreram em acidentes rodoviários. Na LMG-618, entre Divisa Alegre e Águas Vermelhas, no Norte de Minas, foram registradas cinco mortes.

A tragédia ocorreu na madrugada, próximo a Águas Vermelhas. As cinco vítimas, três homens e duas mulheres, voltavam de uma festa junina quando o motorista perdeu a direção em uma curva e capotou. Nenhuma das vítimas usava cinto de segurança. Elas foram arremessadas para fora do carro e caíram de um barranco de aproximadamente 30 metros de altura.
Como apenas uma pessoa portava documentos, a polícia não soube informar quem era o condutor. Dois ocupantes eram de Vitória da Conquista (BA) e faziam faculdade em Montes Claros, no Norte de Minas. Três eram de Águas Vermelhas. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal, de Almenara, no Vale do Jequitinhonha.

À tarde, na BR-381, no km 423, próximo a Caeté, uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas depois que um Fiat Uno que seguia em direção a Belo Horizonte rodopiou na pista, invadiu a contramão e atingiu uma Hilux. O Fiat caiu no barranco e uma passageira morreu. Os quatro passageiros do Hilux sofreram ferimentos leves. Ainda na BR-381, próximo a Carmópolis de Minas, no Centro-Oeste do estado, uma criança de 1 ano morreu depois que o carro em que viajava capotou. Três passageiros ficaram feridos. Na mesma região, no km 403 da BR-262, em Igaratinga, um caminhoneiro morreu depois que o veículo capotou.

Atrás do volante

Os belo-horizontinos que escolheram aproveitar o feriado prolongado no litoral do Espírito Santo passaram até 20 horas na estrada. Boa parte do tempo imaginado na beira-mar foi gasta atrás do volante. Como já é tradição, a BR-381, sentido BH, foi o palco da lentidão, com 15 quilômetros de congestionamento no trecho entre Caeté e Sabará. O manobrista Édson Nunes, a esposa e os três filhos calcularam quanto tempo levaram para ir e voltar de Belo Horizonte para Vitória, no Espírito Santo. Na ida, foram oito horas até chegar ao litoral capixaba. Na volta, domingo, ele resolveu adiantar o retorno, pegando estrada às 5h50. Depois de 10 horas de viagem, a família finalmente cruzou o posto da Polícia Rodoviária Federal, em Sabará. “É muita coisa. Tá tudo parado. Mas vale a pena”, diz o pai, calculando mais uma hora e meia até chegar em casa, em Contagem.

O exemplo de Édson se repete com quem opta por viajar até as praias do Espírito Santo nos feriados prolongados, sendo obrigados a cruzar a BR-381. O comerciante Ronaldo Machado preferiu não aproveitar o domingo na praia e também decidiu acordar cedo e viajar. Mas, ao chegar no trecho entre João Monlevade e BH, no começo da tarde, se deparou com a típica lentidão de feriados. “Gastei quase duas horas para cruzar os quase 100 quilômetros até Sabará”, diz o motorista. Se mantida a velocidade máxima permitida na maior parte da BR-381, 80km/h, o correto seria que motoristas gastassem seis horas e meia para percorrer os 524 quilômetros que separam as capitais capixaba e mineira. Mas o que se vê é quase o dobro do tempo.

A chegada na capital mineira era o trecho mais complicado na volta do feriadão. Na BR-381, a Rodovia da Morte, por tratar-se uma estrada de pista simples. Entre as pontes metálicas improvisadas e o posto da Polícia Rodoviária Federal, ambas em Sabará, na Grande BH, o arranca e para era constante. O carro da reportagem do Estado de Minas demorou 30 minutos – de 16h40 a 17h10 – para percorrer este trecho de cinco quilômetros, numa velocidade média de 10km/h. Os imprudentes optavam pelo acostamento para fugir da lentidão, mas aqueles flagrados pelos patrulheiros eram multados em R$ 575. “Flagrei mais de 30 carros”, diz o chefe da Comunicação Social da PRF, inspetor Aristides Júnior.
No fim da tarde, o que já era complicado ficou ainda pior. O acidente no trevo de Caeté, que matou uma pessoa, interrompeu por cerca de 20 minutos o tráfego nos dois sentidos, para resgate das vítimas. Depois do socorro, a PRF liberou um sentido da rodovia, operando o tráfego em sistema pare e siga.


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