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Estado de Minas

Vítimas de acidente enfrentavam risco a caminho das aulas


postado em 23/06/2011 07:11

Os alunos que estavam no ônibus acidentados frequentam as escolas Municipal Doutor José Gonçalves da Cunha e Estadual Expedicionário Geraldo Baeta, além da Associação de Pais e Alunos Excepcionais (Apae), essas transportadas em companhia dos pais ou responsáveis. "A mãe que morreu levava o filho Diego, de 16, para a Apae e também tinha uma filha na minha escola. A adolescente morta, Katiele, estava no segundo ano do ensino médio. Ela tem uma irmã excepcional, que por sorte não iria à escola ontem", disse o vice-diretor da escola estadual, Elias Oliveira Pereira, lembrando que as aulas de todos os turnos foram suspensas ontem. A prefeitura local decretou, na tarde de ontem, luto oficial de três dias por causa do desastre.

O maquinista Gilberto Leal Oliveira não se feriu e foi levado para Conselheiro Lafaiete, em estado de choque, segundo o sargento da PM Roberto Revelino. Ele conta que a estrada de terra margeando a linha férrea é precária. O local em que ocorreu o acidente é o ponto em que os carros fazem a transposição. Segundo ele, o ônibus sai ainda de madrugada da Prefeitura de Entre Rios de Minas, percorre oito quilômetros pela rodovia MGT-383 até a localidade de Castro, anda mais três quilômetros até o distrito de Brumadinho, segue para Viaduto dos Boiadeiros e retorna para Castro, onde os passageiros são deixados nas escolas. A três quilômetros do local do acidente, o ônibus atravessa outra passagem de nível, também sem qualquer sinalização.

O lavrador Jésus Vicente Bernardes, de 66 anos, conta que viajava com um irmão pela estrada onde houve o acidente e que eles foram surpreendidos por duas crianças feridas subindo uma ladeira, aos prantos, pedindo socorro e mostrando o ônibus virado às margens da linha férrea. "Era uma cena de horror. Muitos feridos. Tinha gente caída no meio do mato, uma mulher morta na canaleta, crianças chorando de dor, de medo, um horror. Meu irmão voltou com o carro para pedir socorro no Bairro Castro, a cerca de quatro quilômetros. Fiquei no local para ajudar os feridos", disse Jésus.

No Hospital Cassiano Campolina, de Entre Rios de Minas, foi montada uma força-tarefa com médicos e enfermeiros de outras cidades e quatro helicópteros foram usados para transportar os feridos mais graves para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), em BH. Várias ambulâncias e UTIs móveis foram usadas para levar feridos para hospitais de cidades vizinhas.

SOCORRO

O coronel Edson Hilário da Silva, do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros em Minas, informou que oito bombeiros seguiram de Belo Horizonte para Entre Rios de Minas em helicópteros e outros 30 militares seguiram de Conselheiro Lafaiete e Barbacena. Segundo ele, a neblina era tanta que houve dificuldade para pousar as aeronaves no local do acidente. "A travessia da ferrovia é bem precária. A sinalização é apenas visual e não há cancela. Não se sabe se houve alerta sonoro por parte da locomotiva", disse o coronel, informando que essas e outras questões devem ser respondidas pela perícia.

O presidente do Sindicato dos Ferroviários de Conselheiro Lafaiete e Região, Paulo Adriano Pereira, denuncia que o maquinista estava com excesso de horas trabalhadas e sustenta que na região são várias passagens de nível sem cancela ou sinalização de segurança.


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