Após receber 24 pedidos de recursos e ser obrigado a retornar com três escolas para a lista de notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, sustentou ontem que não houve erro na divulgação dos dados. Em Minas Gerais, pelo menos nove escolas particulares tradicionais não apareceram na listagem, que resulta em um ranking com as maiores notas no exame. Elas pedem revisão do processo. Costa afirmou que os erros partiram das próprias instituições que não preencheram o Censo Escolar devidamente ou ocorreram durante as inscrições para a prova.
Luiz Cláudio disse que, nos processos revistos até ontem – Colégio Objetivo Integrado e Integrado de Mogi das Cruzes Objetivo Colégio, ambos de São Paulo, e Colégio Classe A, do Mato Grosso do Sul –, não houve falha do Inep. “Se houver, nós teremos muita humildade para reconhecer”, disse, no Rio de Janeiro, onde esteve ontem para uma conferência na Fundação Cesgranrio. A explicação, segundo ele, é que muitos participantes do Enem fazem a inscrição em nome da escola em que não estão matriculados mais, o que gera confusão e impede o sistema de calcular as notas.
Para o presidente do Inep, a média das notas do Enem divulgadas pelo órgão, que se transforma em ranking, não deve ser usada como indicador de qualidade das escolas. Segundo ele, não se pode comparar uma escola pública com 400 alunos com uma escola privada de apenas 30. “Se a primeira tivesse também uns 20 alunos, ela poderia ser tão boa quanto a segunda em termos qualitativos”, afirmou.
A lista foi divulgada na terça-feira e inicialmente colocou o Colégio Bernoulli, de Belo Horizonte, como o primeiro com a maior nota média nas quatro áreas de conhecimento cobradas no Enem (ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens e códigos). Cinco escolas mineiras apareceram entre as 20 melhores do país, mas outras que tradicionalmente estavam no topo dos últimos rankings não entraram, como Santo Antônio, Santo Agostinho, Santa Doroteia e Loyola.
No dia seguinte, diante da reclamação do Colégio Objetivo Integrado, de São Paulo, que tinha a maior nota em 2011, o Inep acatou recurso e a instituição voltou a aparecer na liderança. O Inep deu prazo até 4 de dezembro para que todas as escolas que se sentiram prejudicadas entrem com pedido de revisão do processo.