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Estado de Minas

Gastos com serviços e custo de vida puxam inflação de BH

Índice medido pela Fundação Ipead aponta uma alta de 7,86% nas despesas


postado em 06/01/2017 06:00 / atualizado em 06/01/2017 08:20

O avanço dos gastos para manutenção do lar e os planos de saúde individuais superaram, com folga, em 2016, a pressão que os alimentos vinham exercendo sobre a inflação em Belo Horizonte. O custo de vida na capital mineira subiu 7,86% no ano passado, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pela Fundação Ipead, vinculada à UFMG. Retrato das despesas das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, o indicador ficou quase 4 pontos percentuais abaixo da inflação apurada em 2015, de 11,82%.

Se há alguma boa notícia na corrida do bolso contra os preços que as famílias enfrentaram em 2016, a perda de fôlego conteve o IPCA em relação à marca indigesta dos 8% em que se apostava no começo do ano, ainda assim furando o sistema de metas de inflação do Banco Central (BC).

O teto da meta foi estabelecido em 6,5% no ano passado. Em BH, a inflação de 2016 foi, a rigor, a carestia dos produtos não alimentares, cujos preços responderam por 88,43% do IPCA, informou ontem a coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Ipead/UFMG, Thaize Martins. As despesas com condomínio subiram, em média, 17,7%, no ano passado, liderando o ranking dos vilões da carestia. O segundo destaque foi o gasto com empregado doméstico, que evoluiu 11,68%, seguido das altas de 10,71%, em média, do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e de 24,23% das excursões, respectivamente.

Capítulo a parte do aperto do orçamento familiar, o desembolso com os planos de saúde individuais subiu 13,57% em 2016. O resultado do IPCA de BH só não foi maior em razão do inesperado comportamento dos preços em dezembro, que evoluíram 0,48%, na média, uma das taxas mais baixas dos últimos seis anos, segundo Thaize Martins. “A inflação de 2016, principalmente a variação de dezembro, foi uma surpresa positiva. No começo do ano passado, a previsão era a de um cenário muito pior, que levaria o IPCA muito próximo ao de 2015, o que não ocorreu”, afirma.

Entre os alimentos, como a dona de casa já observava, a maior contribuição para a elevação das despesas foi dada pela refeição, cujos preços avançaram 2,28; lanche, 5,77%; leite pasteurizado, 12,99%; refrigerante em supermercados, 12,81% e café moído, 19,61%. Na média dos alimentos, a variação em 2016 alcançou 5,64%. Os produtos não alimentares encareceram 8,29%.

As incertezas que a economia brasileira enfrenta dificultam qualquer prognóstico para este ano. Na opinião da coordenadora de pesquisa da Fundação Ipead, o pessimismo que o consumidor demonstrou em 2016 foi determinado pela elevação do desemprego, fator que deve persistir nos próximos meses. Há dúvidas ainda sobre a economia, como os rumos da taxa de câmbio e os efeitos da gestão do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. De outro lado, internamente, o juro básico (a Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio) foi reduzido, o que é positivo para a aguardada recuperação do país.

Diesel mais caro


A Petrobras anunciou ontem aumento do preço do diesel nas refinarias em 6,1%, na média, reajuste que começa a ser aplicado hoje. O preço da gasolina nas refinarias não foi alterado. Segundo a empresa, se o ajuste do diesel for integralmente repassado e não houver alterações nas demais parcelas que compõem o custo para o consumidor final, o diesel pode encarecer 3,8%, representando cerca de R$ 0,12 por litro em média. Em nota, a estatal informou que a decisão é explicada, sobretudo, “pelo efeito da continuada, embora mais discreta, elevação dos preços do petróleo nos mercados internacionais, pela valorização do real desde a última revisão de preços e por ajustes na competitividade da Petrobras no mercado interno de gasolina e diesel”.


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