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Estado de Minas

Greve de caminhoneiros provoca falta de combustível em cidades mineiras

Paralisações afetam diversos setores da economia. Por causa da greve dos caminhoneiros, Fiat liberou 6 mil trabalhadores. Justiça é acionada para dar fim aos bloqueios


postado em 24/02/2015 13:45 / atualizado em 24/02/2015 14:30

Bloqueio parcial na BR-040, sentido Rio de Janeiro, na Região Metropolitana de BH(foto: Pablo Fernando Souza )
Bloqueio parcial na BR-040, sentido Rio de Janeiro, na Região Metropolitana de BH (foto: Pablo Fernando Souza )
A greve dos caminhoneiros afeta a produção e o abastecimento de algumas regiões do estado. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro), a entrega de combustível já está comprometida em Oliveira, Cláudio e Perdões, no Centro-Oeste de Minas Gerais e em Campo Belo, no Sul do estado. Em Belo Horizonte,  ainda não há queixa de desabastecimento, mas o atraso na entrega não foi descartado. Jair Francisco Silva mora em Oliveira e conta que já não há gasolina nos postos da cidade. "Tentei abastecer hoje de manhã em dois postos e não consegui por causa das longas filas". Segundo ele, a cidade mais próxima é Divinópolis, mas a distância é de 70 quilômetros.

Nesta terça-feira, caminhoneiros mantêm interdição em pelo menos oito trechos de BRs mineiras. O protesto se estende por mais de 48 horas e impede a passagem de veículos de carga. Somente carros menores e ônibus têm a circulação liberada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) os pontos de interdição estão na BR-381, em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Oliveira e Perdões, na BR-262, em Juatuba, na Grande BH, e Realeza, distrito de Manhuaçu, Zona da Mata, na BR- 040, em Nova Lima e Congonhas, Região Central, além da BR-116, também em Manhuaçu. Há interdição ainda na MG-050, entre Itaúna e Divinópolis, no Centro-Oeste. Além de Minas Gerais, seis estados enfrentam protestos, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no Paraná, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Goiás com bloqueios em rodovias, nesta terça-feira.

Ontem, diversas rodovias foram bloqueadas por caminhoneiros que protestam contra alta de combustíveis, e servidores públicos e empregados terceirizados cruzaram os braços em busca de reajustes salariais. Para piorar a situação, trabalhadores da indústria automotiva foram dispensados ou obrigados a tirar férias e empresas envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras continuam a fechar vagas porque alegam que não recebem recursos para honrar os compromissos.

Em sete estados do país, caminhoneiros cruzaram os braços, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com ações na Justiça Federal com o intuito de suspender os bloqueios nas estradas. A AGU, além de pedir a adoção de medidas necessárias para garantir o direito de ir e vir das pessoas, liberando as pistas para livre circulação, solicitou ainda a fixação de multa de R$ 100 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar o tráfego.

Os trabalhadores reclamam que o preço dos combustíveis aumentou e o dos fretes permanece inalterado. Os motoristas profissionais ainda reivindicam queda no valor dos pedágios, melhores condições nas rodovias do país e tributação diferenciada no transporte de cargas.

Fiat libera 6 mil trabalhadores

Com o tráfego de caminhões interrompidos, diversas empresas foram afetadas. Na fábrica da Fiat, em Betim, os trabalhadores do segundo e terceiro turno foram liberados nesta terça-feira - pelo segundo dia consecutivo - devido às perspectivas de falta de peças para a montagem de carros. São cerca de 6 mil funcionários dispensados. Considerando que a planta produz aproximadamente 3 mil carros diariamente, a paralisação dos dois turnos faz com que pelo menos 2 mil veículos deixem de ser produzidos por dia.

Na segunda-feira, cerca de 6 mil trabalhadores do segundo e do terceiro turnos já tinham sido liberados. Segundo a Fiat, eles estão sendo dispensados porque o protesto impediu que as autopeças e componentes utilizados na fabricação de veículos chegue no horário programado. A fábrica de Betim está localizada na BR-381 (rodovia Fernão Dias), principal ligação entre São Paulo e Belo Horizonte. A unidade fica em uma região de alta concentração industrial, próxima à refinaria Gabriel Passos da Petrobras.

A Fiat afirma que está monitorando o protesto, "na expectativa de que a situação se normalize", para decidir quando os trabalhadores devem voltar. A montadora informou que os funcionários do turno da noite (23h-5h) estão "mobilizados" para irem trabalhar nesta terça-feira, caso a situação das rodovias melhorem ao longo do dia. A empresa não descarta ter que dispensar os colaboradores novamente amanhã.

Ceasa No entreposto da Ceasa em Contagem, o fluxo de mercadorias ainda não tinha sido afetado pela paralisação, mas técnicos fazem o levantamento para mensurar a situação. Segundo nota da central de abastecimento divulgada hoje, "uma análise mais precisa dos eventuais impactos da entrada de mercadorias deverá ocorrer após o mercado da manhã desta quarta-feira, quando a movimentação volta a ser mais mais intensa". No mercado dessa segunda-feira, a entrada de mercadorias se deu normalmente, não comprometendo o abastecimento de produtos. (Com informações Antonio Temóteo, Rodolfo Costa /Correio Braziliense , Pedro Rocha Franco , Luiz Ribeiro)


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