A briga do minério contra a soja promete esquentar, mas não é algo que preocupe no estado mais minerador do Brasil, pelo menos até que a Vale ponha em marcha o seu megaprojeto de exploração em Carajás, batizado de S11D, com capacidade para ofertar 90 milhões de toneladas por ano. É o que avalia Paulo Sérgio Machado Ribeiro, subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética do governo estadual. “Minas Gerais tem uma economia mineral muito mais diversificada”, destaca.
Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os dados ainda preliminares do comércio exterior brasileiro neste ano até julho indicam um horizonte em que o recuo da receita de vendas de ferro em 2014 poderá chegar a 15%, apesar de o volume dos embarques ter fôlego para aumentar em torno dos 9%. Se os empresários e especialistas da indústria da mineração estiverem certos, vencerá a perspectiva de fim da queda dos preços, com a volta de uma estabilidade gravitando em pouco mais de US$ 100 por tonelada.
Não fosse outra a expectativa, a mineradora Vale não teria na mesa de seus principais executivos relatórios com metas para dobrar até 2018 as exportações para a China, hoje de 150 milhões de toneladas de ferro. Os clientes da maior consumidora de matérias-primas e metais do planeta respondem por metade das vendas externas da companhia brasileira. Para cumprir as metas, informou recentemente o diretor-executivo de ferrosos e estratégia da Vale, José Carlos Martins, a companhia terá que deslocar concorrentes na China e nisso conta com projetos de expansão da produção no Pará e em Minas Gerais, além da qualidade da matéria-prima extraída em subsolo brasileiro. (MV)