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Estado de Minas

Custo de vida rompe meta da inflação em 12 meses na capital

IPCA cai de 0,92% em abril para 0,64% em maio, mas em 12 meses chega a 6,82% e bate margem de tolerância do BC. Transporte e refeição fora do lar pesaram no mês


postado em 05/06/2014 06:00 / atualizado em 05/06/2014 07:15

A estudante Ivânia Mendonça reclama do aumento da passagem de ônibus:
A estudante Ivânia Mendonça reclama do aumento da passagem de ônibus: "O preço sobe, o serviço é ruim e a gente fica escravo" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A alta na tarifa dos ônibus urbanos e o aumento de preços da refeição fora de casa pesaram no bolso do brasileiro em maio. Juntas as duas despesas do orçamento doméstico somaram as principais contribuições para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Fundação Ipead/UFMG. O índice fechou o mês com alta de 0,64%, em nove anos, maior variação para maio. Apesar de o índice ter desacelerado frente a abril, quando encerrou o mês em 0,92%, nos últimos 12 meses o custo de vida rompeu o teto da meta inflacionária do Banco Central de 6,5%, fechando o período em 6,82%.

Em maio, a passagem do ônibus urbano encareceu 5,41% e foi a principal contribuição para o custo de vida, seguida pela refeição fora do lar que ficou 1,9% mais cara. Pesaram também outras despesas referentes a produtos administrados como a energia elétrica, que teve parte da repercussão do reajuste (3,22%) captado em maio. A conta de água e esgoto com alta de 4,6% também pressionou o IPCA.

No grupo dos alimentos, composto por itens como alimentação em restaurantes e comida industrializada, somente os alimentos in natura deram refresco, com desaceleração de 2,6%. “A inflação em maio, em Belo Horizonte ultrapassou o teto da meta, pressionada principalmente pelo grupo de produtos administrados”, reforça Thaise Martins, coordenadora de pesquisa da Fundação Ipead. Segundo ela, no mês de maio a cesta básica também pressionou o bolso do consumidor, principalmente de baixa renda, registrando alta de 0,85%, a quarta consecutiva em 2014, atingindo o valor de R$ 346,68. “No ano a cesta básica acumula alta de 10,46% contra uma inflação de 4,15% no mesmo período”, aponta a especialista.

Os estagiários de direito Robson Souza e Ivânia Mendonça, criticaram a correção aplicada às tarifas de ônibus. “O reajuste foi grande para um serviço precário. Os ônibus atrasam e estão sempre cheios. Junto com o aumento da passagem o serviço deveria melhorar”, ressaltou Robson. Já Ivânia conta que toma por dia no mínimo cinco conduções. Ela pondera que está gastando mais dinheiro para chegar à faculdade e ao trabalho, mas tem a sensação que cada vez leva mais tempo para chegar ao destino. “O transporte é péssimo. Eu acho que mais que o problema do trânsito ruim, a questão é de gestão. Uma das linhas que eu uso, que faz o percurso do Caiçara até a Serra teve o número de ônibus reduzido. O preço sobe, o serviço é ruim e a gente fica escravo”, desabafa.

Sem trégua Adriana Molinari , economista da Tendências Consultoria avalia que no segundo e terceiro trimestres os preços dos alimentos devem mostrar algum arrefecimento, já que sazonalmente terão época mais favorável. Segundo a especialista, a expectativa é que a inflação do país permaneça no próximo trimestre em nível alto, convergindo para o teto da meta do BC apenas no fim do ano.

Na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-Minas) os hortigranjeiros terminaram maio com queda de 2,5% em média. Entre os principais produtos com variação negativa estão a batata inglesa (-22%), a moranga híbrida (-17%) e a banana nanica (-15%). O tomate longa vida, vilão da cesta básica em maio, apresentou alta no Ceasa de 36,5%. No entanto ontem o preço do produto já havia despencado no atacado de R$ 2,13 o quilo para R$ 0,99, queda de 53%. “Estamos entrando em uma época favorável para a olericultura, dias que não são quentes demais e noites frescas. Até setembro a tendência é de boa oferta e bons preços”, avalia Wilson da Veiga, chefe do departamento técnico do Ceasa.


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