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Estado de Minas

Aluguel sobe bem acima da inflação

Mesmo com oferta de residenciais 41,13% maior este ano, preço da locação dispara. Tendência deve se manter até a Copa


postado em 10/10/2013 00:12 / atualizado em 10/10/2013 07:38

A oferta de imóveis para locação subiu em Belo Horizonte, mas os preços não cederam. Tanto as unidades residenciais como comerciais tiveram aumento de preço acima da inflação em setembro, segundo levantamento da Fundação Ipead, feito em parceria com a Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG). O cenário deve prosseguir até a Copa do Mundo, informa a CMI.

O índice referente aos preços médios dos aluguéis residenciais na capital subiu 0,43% em setembro e o de unidades comerciais teve elevação de 0,49%. No mesmo período, o indicador de inflação (IPCA/Ipead) teve elevação de 0,24%. “Nas imobiliárias não há mercadorias que levem à queda de preços. Não há encalhe de estoques e a velocidade de contratação está elevada”, afirma Fernando Júnior, vice-presidente da CMI-MG e do Sindicato da Habitação de Minas Gerais (Secovi-MG).

A oferta de imóveis residenciais subiu 2,21% em setembro e 41,13% no ano. Já a oferta dos comerciais teve alta de 0,91% no mês passado e 29,72% no ano. “As pessoas estão comprando imóveis e colocando no mercado imobiliário, mas há rotatividade”, explica Júnior. Ele descarta, no entanto, alta de preços. “Os valores já chegaram ao teto. O cliente não consegue pagar mais”, diz.

A alta maior de preços dos imóveis acontece com as unidades comerciais. Os imóveis residenciais tiveram elevação de 6,40% nos últimos 12 meses e os comerciais, de 9,33%. Enquanto isso, a inflação do Ipead registrou alta de 5,76% no período. “As unidades residenciais estão acompanhando mais a inflação. Já as comerciais têm impacto mais agressivo nos preços, em função da proximidade da Copa do Mundo e do surgimento de novos negócios”, avalia o vice-presidente da CMI.

Os barracões tiveram a maior elevação de preço entre as unidades residenciais em setembro: 0,92%, seguido de 0,62% das casas e de 0,40% dos apartamentos. A oferta de barracões foi também a mais expressiva no mês passado (25%), a de apartamentos teve variação de 2,25% e a de casas de – 2,75%. A oferta de casas comerciais teve alta de 36,24% e de andares corridos de 5,43% em setembro. Já as lojas tiveram queda de 5,94% na oferta, de galpões de 2,90% e das salas de 2,80%. A pesquisa do Ipead mostrou que a rentabilidade média dos aluguéis em relação ao valor do imóvel está variando de 0,20% (salas comerciais de alto padrão) a 0,67% (apartamento de dois quartos de médio padrão).

TETO DO FGTS


O governo elevou recentemente de R$ 500 mil para R$ 750 mil o teto limite de avaliação de imóveis que podem ser financiados dentro das regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) – com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A medida promete aquecer as vendas de unidades nesse valor, mas não devem influenciar o mercado de locação, avalia Júnior. “A lei determina que esses imóveis não podem ser alugados e devem ser de uso próprio do comprador”, explica. Segundo a Caixa Econômica Federal, a unidade deve se destinar à moradia do titular para ser adquirida com recursos do FGTS. Até setembro, as vendas de imóveis acima de R$ 500 mil representaram apenas 7% da carteira da Caixa.


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