O tomate e o feijão ganharam status de vilões da inflação, mas esse ranking é mais disputado do que o consumidor pode ter percebido neste ano. Quanto mais farta a mesa, maior a pressão sobre o bolso. De janeiro a maio, foi a cenoura quem liderou os reajustes dos preços dos alimentos em Belo Horizonte, com alta de 156,63%, seguida da batata-inglesa, que passou a custar quase o dobro do que valia no começo do ano, e da cebola, com avanço de 75,33% dos preços, segundo levantamento da Fundação Ipead, vinculada à UFMG. Outros três alimentos desbancaram o custo de vida: banana-prata, pão francês e o leite pasteurizado (veja o quadro).
Na média das remarcações, a alimentação está 5,56% mais cara no acumulado do ano, 2,07 pontos percentuais acima da variação de 3,49% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pela Fundação Ipead/UFMG. O indicador retrata as despesas das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos. Ainda é cedo para arriscar qualquer palpite sobre a tendência dos alimentos nos próximos meses, o que requer cuidado nos gastos, observou ontem o economista Renato Mogiz Silva, coordenador de projetos da fundação mineira. “Vai depender das políticas públicas que vierem no sentido de conter os preços, além da influência do clima nas lavouras e da oferta dos alimentos”, afirma.
Renato Mogiz lembrou que a desoneração da cesta básica e o pacote de estímulo ao etanol, associado à elevação da mistura do combustível na gasolina, ajudaram a manter a inflação no mesmo nível do ano passado. O IPCA nos cinco meses de 2013 ficou bem próximo da variação de 3,53% medida pela Fundação Ipead em 2012. A diferença é que, naquele ano, o grupo dos alimentos pressionou menos do que agora, mostrando alta de 3,54%, portanto em linha com a variação do custo de vida.
Por sua vez, nos últimos 12 meses terminados em maio, os reajustes dos alimentos mais que dobraram em relação ao IPCA, alcançando 13,23%, ante os 5,71% da inflação no período. Houve um certo alívio no mês passado, graças à queda de preços do tomate (15,76%), laranja (16,28%) e da gasolina comum (0,72%). O IPCA de maio subiu 0,29%, ante 0,49% em abril. O custo da cesta básica, também medido pela Fundação Ipead/UFMG, ficou estável, na prática, com redução de 0,04%, somando R$ 335,13.
Alívio
O clima mais estável esperado para os próximos meses e a recente queda dos preços das chamadas commodities (produtos agrícolas e minerais) no mercado internacional deverão contribuir para uma redução do impacto dos alimentos na inflação, avalia Antônio Braz de Oliveira e Silva, analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O índice dos preços dos alimentos tende a diminuir mesmo com a valorização do dólar, já que eles tem se comportado, no exterior, num nível inferior ao da moeda”, diz.
Um fôlego menor dos preços dos alimentos deve ser observado a partir de agosto, na avaliação do economista Felipe Queiroz, da Austin Rating, empresa classificadora de riscos. O especialista destaca que no cenário internacional as cotações vão refletir a recuperação da produção agrícola dos Estados Unidos, que sofreu com quebra de safra no ano passado, abrindo espaço para países como o Brasil elevarem as suas exportações. O quadro muda e o ajuste dos preços também, considerando-se que a safra brasileira será recorde e o país deverá exportar menos, outro fator de pressão sobre os preços pagos pelo consumidor no mercado interno. “As expectativas dos investidores também contam, já que as commodities agrícolas são acompanhadas como ativos financeiros no mercado internacional”, afirma.
Na média das remarcações, a alimentação está 5,56% mais cara no acumulado do ano, 2,07 pontos percentuais acima da variação de 3,49% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pela Fundação Ipead/UFMG. O indicador retrata as despesas das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos. Ainda é cedo para arriscar qualquer palpite sobre a tendência dos alimentos nos próximos meses, o que requer cuidado nos gastos, observou ontem o economista Renato Mogiz Silva, coordenador de projetos da fundação mineira. “Vai depender das políticas públicas que vierem no sentido de conter os preços, além da influência do clima nas lavouras e da oferta dos alimentos”, afirma.
Renato Mogiz lembrou que a desoneração da cesta básica e o pacote de estímulo ao etanol, associado à elevação da mistura do combustível na gasolina, ajudaram a manter a inflação no mesmo nível do ano passado. O IPCA nos cinco meses de 2013 ficou bem próximo da variação de 3,53% medida pela Fundação Ipead em 2012. A diferença é que, naquele ano, o grupo dos alimentos pressionou menos do que agora, mostrando alta de 3,54%, portanto em linha com a variação do custo de vida.
Por sua vez, nos últimos 12 meses terminados em maio, os reajustes dos alimentos mais que dobraram em relação ao IPCA, alcançando 13,23%, ante os 5,71% da inflação no período. Houve um certo alívio no mês passado, graças à queda de preços do tomate (15,76%), laranja (16,28%) e da gasolina comum (0,72%). O IPCA de maio subiu 0,29%, ante 0,49% em abril. O custo da cesta básica, também medido pela Fundação Ipead/UFMG, ficou estável, na prática, com redução de 0,04%, somando R$ 335,13.
Alívio
O clima mais estável esperado para os próximos meses e a recente queda dos preços das chamadas commodities (produtos agrícolas e minerais) no mercado internacional deverão contribuir para uma redução do impacto dos alimentos na inflação, avalia Antônio Braz de Oliveira e Silva, analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O índice dos preços dos alimentos tende a diminuir mesmo com a valorização do dólar, já que eles tem se comportado, no exterior, num nível inferior ao da moeda”, diz.
Um fôlego menor dos preços dos alimentos deve ser observado a partir de agosto, na avaliação do economista Felipe Queiroz, da Austin Rating, empresa classificadora de riscos. O especialista destaca que no cenário internacional as cotações vão refletir a recuperação da produção agrícola dos Estados Unidos, que sofreu com quebra de safra no ano passado, abrindo espaço para países como o Brasil elevarem as suas exportações. O quadro muda e o ajuste dos preços também, considerando-se que a safra brasileira será recorde e o país deverá exportar menos, outro fator de pressão sobre os preços pagos pelo consumidor no mercado interno. “As expectativas dos investidores também contam, já que as commodities agrícolas são acompanhadas como ativos financeiros no mercado internacional”, afirma.