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Estado de Minas

BH vai ter "shopping" voltado para bichos

Mercado pet deve crescer 17% neste ano. Alta estimula investimentos.


postado em 07/07/2012 06:00 / atualizado em 07/07/2012 07:10

Há nove anos Pagu acompanha a família do estudante Guilherme Paiva. A golden retriever foi comprada em Buenos Aires, quando eles moravam na Argentina. Há quatro anos a fiel escudeira voltou com a família para o Brasil, já esteve por um tempo em Brasília e agora faz a alegria dos donos em Belo Horizonte. Um a cada quatro brasileiros tem um cão em casa. Se consideradas outras espécies, como gatos, aves e peixes, a população de animais de estimação supera os 100 milhões e faz girar um mercado de afetos e de bilhões.

No ano passado o setor faturou perto de R$ 18 bi. A expectativa é de que em 2012 a cifra cresça 17%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Cães, gatos, peixes e aves seguem o modo de vida do dono e à medida que a renda das famílias cresce, os animais ganham refeições de melhor qualidade e cuidados sofisticados. Em Minas são mais de 5 mil pontos de venda especializados no segmento e em Belo Horizonte 37% dos lares têm pelo menos um gato ou cachorro.

“O mercado tem grande espaço para crescer. Existem pessoas que querem consumir mas ainda não encontram os produtos certos”, aposta o empresário Fabiano Loures que deixou o setor financeiro para investir no mundo animal. Na próxima semana, em parceria com a irmã Daniela Loures, ele inaugura em Belo Horizonte, o Animalle, um complexo de oito andares, onde serão oferecidos os mais inusitados produtos e serviços para cães, gatos, peixes, roedores e aves. Com investimento de R$ 1,5milhão, o “shopping” disputa o título de maior do país em número de serviços e produtos agregados em um único local.

Cada andar do prédio é dedicado a um tipo de animal e os serviços vão variar desde atendimento veterinário e odontológico, creche, hotel, academia de ginástica, lojas a serviços intrigantes como bufê animal, para comemorar a festa de aniversário do bichinho. Na praça de alimentação , produtos para humanos, como cerveja, café e sorvetes também serão servidos na versão quatro patas, para que os donos e seus animais possam ter o mesmo tipo de refeição.

Em média, o brasileiro gasta por ano perto de R$ 760 com o cachorro e de R$ 560 com o gato, mas em BH em muitos lares das classes A e B os valores podem crescer acentuadamente. Um cão de pequeno porte que vai ao salão uma vez por semana para tomar banho e consome ração de primeira linha, gasta cerca de R$ 140 por mês. Se for de grande porte, gastará cerca de R$ 220. Guilherme Paiva acredita que contabilizando a ração light, o banho, mais o passeador contratado para garantir que Pagu mantenha a saúde e a boa forma, o custo com o animal deve girar próximo de R$ 250 mensais.

Há três anos Ginger e Fred, da raça pug, são companhia do empresário Arcésio Tomaz Gonzaga. Desde criança ele tem animais de estimação. “Cachorros fazem bem à saúde, desestressam a gente. Ginger e Fred não dão trabalho, são mansos e não latem alto.” Arcésio calcula que mensalmente o custo para manter o casal é de R$ 300. Ele considera que no Brasil o mercado está bem avançado, mas não consegue concorrer com outros países. “Viajo sempre aos Estados Unidos e os produtos por lá custam a metade do preço”, observa.

 

Setor em multiplicação

No Brasil, cães e gatos, são líderes no segmento de animais de estimação e têm uma população ascendente. O número de cachorros no país avança 4% ao ano. Já o de gatos cresce ao ritmo de 8% a cada 12 meses. Respondendo à demanda, o mercado inova em produtos e serviços. “Percebemos que com o passar do tempo quem tinha um cachorro, tem dois e quem tinha dois já está com três em casa. A mesma coisa ocorre com os gatos”, aponta a veterinária Kátia Mendonça, sócia-proprietária da Dog’s Company, no Bairro Cidade Jardim. A empresa que está há 16 anos no mercado começou pequena e já passou por duas ampliações, dobrando seu tamanho.


O local oferece de tratamento médico a estética e boutique. Kátia Mendonça observa que as novidades do mercado chegam a uma velocidade que impressiona e a demanda pelos serviços justifica a multiplicação das lojas especializadas. “Este ano pretendemos crescer 25%”, diz a empresária. Segundo ela, a tendência é que os produtos para animais repitam os lançamentos para humanos.


Segundo a Abinpet, no Brasil, há grande espaço para o consumo de produtos sofisticados e para itens que abastecem o mercado de luxo, acompanhando tendências de experiências japonesas e americanas. “Há também demanda por serviços modernos como os caminhantes de cachorros e babás”, aponta José Edson de França, presidente-executivo da Abinpet. Segundo ele, a medida que aumenta a renda da família, o animal também tem seu modo de viver modificado, consumindo produtos de melhor qualidade e mais caros. (MC)


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