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Estado de Minas

Iveco e Mercedes-Benz adotam medidas para evitar dispensas

Fábricas se ajustam com a redução na produção de caminhões


postado em 31/05/2012 06:00 / atualizado em 31/05/2012 07:51

A produção de caminhões está em baixa e  duas grandes empresas estão tendo de se adequar à realidade do mercado. A Iveco, marca do grupo Fiat, faz ajustes na fábrica de Sete Lagoas, na Região Central de Minas, a despeito das medidas de estímulo ao consumo anunciadas recentemente pelo governo federal. A Mercedes-Benz também está passando por algumas adaptações com seus trabalhadores.

Na Iveco, a linha de caminhões pesados reduziu a produção de 50 unidades por dia no ano passado para as atuais 16 unidades diárias, um corte de 68%, que levou a empresa a realocar empregados dentro da planta industrial. Parte da mão de obra foi deslocada para a fabricação da van/furgão Ducato, que está trabalhando em dois turnos para atender ao aumento da procura. São 120 veículos produzidos por dia, ante as 95 unidades diárias em 2011, informou ontem o diretor de comunicação da companhia para a América Latina, Marco Piquini. A linha da van/furgão Daily opera dentro da normalidade.

Na semana passada, a Iveco renovou um acordo de banco de horas, negociado há 10 anos, com o sindicato local dos metalúrgicos, como ferramenta para flexibilizar o trabalho na fábrica. Em março, a negociação permitiu a dispensa, com manutenção dos salários, de 200 trabalhadores da linha de caminhões pesados. No momento, conforme Marco Piquini, não há nenhum entendimento nesse sentido. A Iveco prevê um cenário de recuperação da demanda de caminhões em julho.


“A circunstância do mercado é muito particular. Houve uma mudança de tecnologia dos caminhões (em razão da troca dos motores por peças que emitem volumes menores de gases tóxicos) e uma retração do mercado que já era prevista”, afirma o diretor da Iveco. Os fabricantes viveram no ano passado um período de produção recorde, turbinada ao final de 2011 pela corrida aos modelos anteriores à nova legislação de emissão de poluentes, que elevou os preços. Diante da queda da procura no começo deste ano, a Iveco chegou a alterar as tradicionais férias coletivas concedidas de 15 de dezembro e 10 de janeiro para 1º a 30 de janeiro.

Já a Mercedes-Benz anunciou na terça-feira a dispensa por cinco meses de 1,5 mil trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Na unidade de Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, houve paralisação na semana passada, quando 360 trabalhadores ficaram em casa. A empresa marcou reuniões com representantes do sindicato local dos metalúrgicos na terça e quarta-feira da semana que vem. O presidente do sindicato, João César da Silva, disse, ontem, que a intenção é evitar demissões.

Com o mesmo temor, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias, negociou acordos de banco de horas com as fornecedoras Montich e Ecos que atendem à Iveco. “As dificuldades do setor automotivo nos preocupam muito. O momento é de tentarmos evitar qualquer dispensa a todo custo”, afirma. De janeiro a abril, o sindicato de Sete Lagoas homologou rescisões de contratos de trabalho de 400 pessoas. Dos 8 mil metalúrgicos do município, 70% trabalham na cadeia automotiva. Segundo Piquini, da Iveco, que dá emprego a 2,2 mil pessoas, as avaliações de mercado da companhia indicam tendência de crescimento, embora em determinados momentos o setor vá conviver com ritmo menor de produção.


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