Auto de Natal

"Baile do Menino Deus": O Natal que dança com frevo e forró

No Marco Zero, o Recife celebra o nascimento do Menino Jesus com cortejo inédito, vozes novas como Joyce Alane e Flávio Leandro

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No coração pulsante do Recife, onde o rio Capibaribe beija o mar e o frevo dança com o maracatu, o Baile do Menino Deus renasce a cada dezembro como um milagre profano e sagrado. Nesta edição de 2025, o maior auto natalino do Brasil — criado em 1983 por Ronaldo Correia de Brito, Assis Lima e Antonio Madureira (Zoca) — não se contenta em repetir o milagre: ele o expande, o colore, o torna ainda mais vivo, mais nosso.

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Imagine a Praça do Marco Zero transformada em um palco sem fim. Às 20h dos dias 23, 24 e 25 de dezembro, sob o céu estrelado e o calor da brisa nordestina, cerca de 70 mil almas se reúnem para assistir ao nascimento do Menino Jesus recontado com sotaque pernambucano. Nada de neve falsa ou renas importadas: aqui, o Menino chega embalado pelo som do pandeiro, pelo sapateado do caboclinho, pela cadência do maracatu e pela reverência do pastoril. É o Natal que o Nordeste inventou para si — tropical, inclusivo, irreverente.

 

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Cerca de 70 mil pessoas são esperadas para assistir ao nascimento do Menino Jesus recontado com sotaque pernambucano
Cerca de 70 mil pessoas são esperadas para assistir ao nascimento do Menino Jesus recontado com sotaque pernambucano Relicário Produções/Divulgação

Neste ano, o baile ganha contornos de festa maior. Uma prévia inédita já ecoou pelas ruas do Recife Antigo no dia 14/12: mais de 300 artistas em cortejo, misturando reisado, cavalo-marinho, guerreiros, blocos líricos, passistas de frevo e a majestosa Orquestra Sinfônica do Recife. Foi um prelúdio que uniu o ciclo natalino ao carnaval, como se o Menino Jesus desfilasse com o Bumba Meu Boi e o frevo anunciasse a chegada do ano novo.

No palco, novas vozes se somam ao coro ancestral. A pernambucana Joyce Alane, finalista do Grammy Latino com Casa Coração e revelação do Prêmio Multishow, estreia no Marco Zero cantando “Beija-Flor e Borboleta”, “Cigana” e o próprio “Baile do Menino Deus”. Sua voz, doce e poderosa, é um presente à narrativa.

Ao lado dela, o sanfoneiro Flávio Leandro, ícone do forró nordestino, assume a cena do pastoreio do boi — um momento de ancestralidade e fertilidade que pulsa como o coração do Nordeste. O Maestro Spok, mestre do frevo e do jazz brasileiro, regendo a orquestra, e o dançarino Dimas Popping trazendo o popping, dança de rua que Michael Jackson eternizou, provam que o baile é um guarda-chuva generoso: acolhe o hip-hop das favelas, o popping das periferias, o forró das roças e o frevo das ruas.

O que é o "Baile do Menino Deus"?

A trama permanece eterna: dois Mateus — brincantes populares, interpretados em rodízio por Sóstenes Vidal, Arilson Lopes, Daniel Barros e o estreante Djaelton Quirino — peregrinam em busca da casa onde nasce o Menino para oferecer uma festa a José e Maria. Pelo caminho, encontram criaturas fantásticas, grupos de pastoril, dilemas de portas fechadas e portas abertas — metáforas da vida em sociedade, da inclusão, da desigualdade, da solidariedade. Tudo isso embalado por arranjos renovados, cenas reescritas e uma energia que faz o público cantar junto.

Patrimônio Imaterial do Recife desde 2024, o Baile transcende o palco: inspira montagens pelo Brasil, virou material pedagógico do MEC, dois filmes e uma trilogia literária. E, nesta edição, ganha asas digitais: um especial no Globoplay, disponível a partir de 27 de dezembro, leva o milagre pernambucano para o país inteiro.

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Em tempos de invernos artificiais e luzes importadas, o Baile do Menino Deus é um lembrete poético: o verdadeiro Natal é aquele que nasce no calor da pele, no balanço do corpo, na mistura de sagrado e profano. É o Natal que o povo inventa, que o povo canta, que o povo dança. E, por mais uma vez, o Recife inteiro se curva para celebrar o renascimento da vida — com frevo nos pés, forró no peito e o Menino Deus sorrindo no colo de Maria, sob o céu que é só nosso.

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