A apresentadora Ana Hickmann, de 44 anos, revelou em suas redes sociais que foi diagnosticada com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) há muitos anos e que segue em tratamento contínuo. A declaração veio após um seguidor sugerir que ela procurasse um fonoaudiólogo, afirmando que ela “se enrola muito para falar”.
"Juro que não sei se essa pergunta foi por uma crítica construtiva, se a pessoa estava de mau humor ou estava querendo me alfinetar com alguma coisa. Se enrolo para falar? Eu não enrolo para falar, colega. O que tenho é TDAH, diagnosticada há muitos anos. Trato e faço fono desde o dia que comecei aqui na Record", expôs.
Embora seja um transtorno frequentemente associado à infância, o TDAH pode persistir ao longo da vida e impactar significativamente a rotina de adultos, sobretudo em ambientes de trabalho, estudo e comunicação interpessoal.
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O que é o TDAH?
Segundo o Ministério da Saúde, o TDAH é um transtorno neurobiológico, de origem genética, caracterizado por sintomas como desatenção, impulsividade e hiperatividade. Ele aparece na infância, mas em cerca de 60% dos casos, os sintomas continuam na vida adulta, ainda que se manifestem de forma diferente.
De acordo com o Manual MSD, em adultos os principais sinais incluem dificuldade de concentração, inquietação, oscilações de humor, impaciência, dificuldade para organizar tarefas e manter relacionamentos. Os sintomas podem ser confundidos com os de outros transtornos mentais, como depressão e ansiedade, o que dificulta o diagnóstico.
“Na vida adulta, o TDAH tende a se manifestar mais como desorganização, dificuldade para planejar o dia, esquecer compromissos, trocar de tarefas com frequência ou não conseguir concluir o que começou”, explica o Ministério da Saúde.
Diagnóstico e tratamento do TDAH
O diagnóstico do TDAH em adultos exige uma avaliação cuidadosa feita por profissionais especializados, que podem usar questionários e analisar o histórico de vida do paciente, inclusive escolar. É fundamental que os sintomas estejam presentes desde a infância, mesmo que não tenham sido reconhecidos antes.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento deve ser multifatorial, combinando o uso de medicamentos (como os estimulantes cerebrais), psicoterapia e, quando necessário, acompanhamento com fonoaudiólogos e psicopedagogos. A orientação aos familiares e o desenvolvimento de estratégias de organização pessoal também são pilares fundamentais para o manejo do transtorno.
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É importante entender que o TDAH não é preguiça, desatenção proposital ou falta de interesse. É uma condição real, com base neurológica, que exige apoio e tratamento.
As redes sociais
A reação de Ana Hickmann à crítica recebida expõe outro aspecto da vida com TDAH: o julgamento social. Sintomas como desorganização verbal ou dificuldade de concentração muitas vezes são confundidos com desleixo ou desinformação, o que pode gerar constrangimentos e afetar a autoestima de quem convive com o transtorno.
"Quando queremos ajudar, a gente tem palavras certas para usar, muitas vezes você pode prejudicar. Eu não ligo para isso, mas resolvi responder, porque realmente fiquei na dúvida. Eu não vou dar seu nome, para não comprometer, porque acho isso deselegante, mas acho que as pessoas precisam pensar um pouquinho mais na hora de escrever algo para não parecer grosseiro".
Além da empatia, especialistas destacam a importância de espaços informativos que abordem o TDAH com responsabilidade para combater estigmas e promover um ambiente mais acolhedor, inclusive no meio digital.
Caso identifique alguns dos sintomas descritos de forma recorrente em sua rotina, é importante buscar orientação médica com neurologistas, psiquiatras ou psicólogos especializados. O diagnóstico correto e o tratamento adequado podem transformar a forma como a pessoa lida com seus desafios e ampliar sua qualidade de vida.
