Em quadros de trombose, dor é unilateral e surge de maneira repentina acompanhada por outros sintomas, como calor, inchaço e sensibilidade na região -  (crédito: Freepik)

Em quadros de trombose, dor é unilateral e surge de maneira repentina acompanhada por outros sintomas, como calor, inchaço e sensibilidade na região

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Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), de janeiro de 2012 a agosto de 2023, mais de 489 mil pessoas foram internadas no país para tratar a trombose venosa.

 


“Esse é um número alarmante, que destaca a necessidade urgente de educação e prevenção. Muitas pessoas desconhecem os sintomas e os fatores de risco, o que pode atrasar o diagnóstico e aumentar o risco de complicações graves, como a embolia pulmonar”, alerta Aline Helena, especialista em cirurgia vascular e formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

 

 

O que é trombose?


A trombose ocorre quando há a formação de coágulos de sangue nas veias ou artérias, impedindo a circulação sanguínea adequada. Isso pode causar dor, inchaço e vermelhidão, principalmente nas pernas.


Em casos graves, os coágulos podem se deslocar para o pulmão, provocando uma embolia pulmonar. A condição já afetou celebridades como Serena Williams e Hillary Clinton, chamando a atenção para a gravidade do problema.


Principais sintomas e diagnóstico

 

Os principais sintomas incluem dor, inchaço e sensação de calor na perna acometida, além de endurecimento e vermelhidão da pele.


O diagnóstico é feito por meio de um ultrassom vascular com Doppler, um exame que analisa o fluxo sanguíneo nas veias e artérias. Aline ressalta que o diagnóstico precoce é fundamental.

“Perceber sinais de inchaço ou dor persistente nas pernas, especialmente após cirurgias ou longos períodos de inatividade, é um indicativo para buscar avaliação médica imediata. A identificação e o tratamento precoce são essenciais para evitar complicações.”, ensina a médica


Prevenção e cuidados

 

Manter hábitos saudáveis é a chave para prevenir a trombose. Isso inclui praticar atividades físicas regularmente, manter-se hidratado e evitar o sedentarismo.


“Em casos de viagens longas, é importante levantar-se, movimentar as pernas e usar meias de compressão, se necessário”, recomenda Aline.


Para mulheres que utilizam anticoncepcionais ou estão grávidas, o acompanhamento médico é crucial, já que algumas condições hormonais podem aumentar o risco de trombose.

 

Importância da conscientização



O Dia Mundial da Trombose é uma oportunidade para discutir e informar a população sobre os riscos dessa doença. “Muitas pessoas ainda acreditam que a trombose é um problema distante, mas ela pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade ou condição física”, enfatiza Aline.


Ela acrescenta que, apesar dos avanços na medicina, a prevenção continua sendo a melhor estratégia. “É fundamental que as pessoas entendam os sinais e saibam como prevenir. Atitudes simples, como manter-se ativo e controlar fatores de risco como tabagismo e obesidade, podem fazer toda a diferença.”


Tratamento e cuidados adequados


O tratamento para trombose geralmente envolve o uso de anticoagulantes para evitar a formação de novos coágulos e tratar os já existentes.


“O tratamento deve ser sempre supervisionado por um especialista. Em casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia para a remoção do coágulo”, explica Aline.


Ela ainda reforça que, uma vez diagnosticada, é essencial seguir o tratamento à risca e adotar um estilo de vida saudável para evitar recidivas.  

 


Como se prevenir?


A prevenção da trombose começa com a adoção de hábitos saudáveis. Aline recomenda a prática regular de exercícios, a manutenção de uma dieta equilibrada e o controle de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.


“Além disso, é importante que, em situações de risco, como pós-operatórios ou durante longas viagens, as pessoas sigam as orientações médicas para o uso de medicamentos preventivos ou meias de compressão”, orienta a especialista.


Falar sobre a trombose e seus perigos é um passo importante para salvar vidas. “A conscientização é o primeiro passo para a prevenção. Informar-se sobre os fatores de risco e os sintomas pode ajudar a evitar complicações e garantir um diagnóstico precoce”, afirma Aline.