Tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são pelo uso contínuo do tabaco, e cerca de 1,2 milhão são o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo -  (crédito: Freepik)

Tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são pelo uso contínuo do tabaco, e cerca de 1,2 milhão são o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo

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Dia 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco, data importante para o calendário da saúde. Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo tem relação com vários tipos de câncer e é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia devido ao tabagismo. Esse vício também é considerado a maior causa evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso contínuo do tabaco, e cerca de 1,2 milhão de mortes são o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo.

A oncologista clínica do Cetus Oncologia, Daiana Ferraz, alerta sobre os malefícios do uso de tabaco. “As toxinas do cigarro, ao serem ingeridas e passarem pelo corpo, vão causando danos por muito tempo às células do organismo. Elas sofrem mutações e podem se transformar em células cancerosas. Fumantes passivos também possuem riscos de contrair não só o câncer como outras doenças do trato respiratório, por isso, a decisão de parar de fumar deve ser tomada pela sua saúde e pela saúde das pessoas que você ama e que convivem com você”.



Fumar durante a radioterapia, por exemplo, prejudica a recuperação dos tecidos sadios, e isso faz com que o paciente demande um tempo maior para melhorar após o tratamento. Por esse motivo, é prudente que pacientes oncológicos abandonem o vício.

Parar de fumar é possível, mas, é preciso deixar de lado a vergonha e o medo de pedir ajuda. O tratamento é multifatorial, então, é importante, por exemplo, a terapia em conjunto com diferentes profissionais da saúde, como psicólogos, pneumologistas, assistentes sociais. Juntos eles auxiliarão o paciente na conscientização sobre a dependência e mudança de hábitos.

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Daiana Ferraz fala ainda sobre o principal tratamento para abandono do tabaco. “Um dos modelos de tratamento mais utilizados hoje é o de Prochaska e DiClemente, desenvolvido no final da década de 1970 pelos pesquisadores norte-americanos James Prochaska e Carlo Diclemente. O estudo traz os estágios motivacionais que precisam ser superados por quem deseja eliminar vícios, dependências ou obsessões. As etapas do tratamento incluem pré-contemplação, contemplação, preparação para a ação, ação, manutenção e saída definitiva ou recaída. Caso haja recaída, o ciclo se inicia. Cada um dos estágios possui uma definição e uma abordagem recomendada. Dessa forma, o paciente passa por todas as etapas para enfim deixar o cigarro no passado”.

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A oncologista lembra sobre o papel do apoio dos amigos e entes queridos à pessoa que está passando pelo processo, pra que se sinta determinada e encorajada a não desistir.