Pacientes ficam desapontados ao perceberem que, atingindo a meta de peso, não conquistam seus objetivos em relação à imagem corporal -  (crédito: Freepik)

Pacientes ficam desapontados ao perceberem que, atingindo a meta de peso, não conquistam seus objetivos em relação à imagem corporal

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Desde que medicamentos como a semaglutida (Ozempic) chegaram ao mercado, muitas pessoas vêm experimentando uma perda maciça de peso. “Apesar de conquistarem seus objetivos, esses pacientes perdem um grande volume corporal e, com isso, há uma sobra de tecido considerável, diagnosticada como flacidez de pele, que muitas vezes afeta a autoestima desses pacientes. Nem todos conseguem bons resultados com procedimentos não invasivos e a indicação é o lifting corporal”, explica o cirurgião plástico membro da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS), Paulo Godoy. “Ultimamente, vemos uma onda de pacientes chegando ao consultório com essa queixa, principalmente em virtude do uso desses medicamentos para obesidade”, destaca Paulo Godoy.

Com a chegada de novas terapias medicamentosas antiobesidade, aprovadas pela ANVISA, a BAPS estima que o sucesso desses medicamentos influenciará também na busca pela cirurgia plástica corporal. “Esses medicamentos podem levar a uma perda significativa de peso, melhorando a resposta do corpo à insulina, especialmente quando combinados com dieta e exercícios. Mas seus efeitos em cascata levam as pessoas à cirurgia plástica”, diz. “Os pacientes estão perdendo até 45 quilos com este medicamento. E quando essa perda, que é muito significativa, acontece, certamente ocorrerá um excesso de pele depois”, complementa.

A BAPS explica que os pacientes chegam aos consultórios dos cirurgiões plásticos em busca de procedimentos transformadores pós-perda de peso para remover o excesso de pele que às vezes fica sobressalente nos braços, abdômen, coxas e outras áreas. “Os pacientes às vezes ficam desapontados por atingirem sua meta de peso, mas não atingirem sua meta de imagem corporal. É aqui que a cirurgia plástica pode desempenhar um papel crucial nas etapas finais da transformação desse paciente por meio de procedimentos para remoção do excesso da pele, como o lifting corporal”.

Segundo o cirurgião plástico, o body lift (lifting corporal) em cirurgia plástica é um procedimento ou combinação de procedimentos que visa remover o excesso de pele e gordura de várias partes do corpo, normalmente após perda significativa de peso, e para apertar e contornar os tecidos subjacentes. “Esses procedimentos podem incluir a elevação da parte superior e da parte inferior do corpo”, explica.

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Na parte superior do corpo, os cirurgiões plásticos podem envolver procedimentos no tórax, nas costas e nas laterais. “Isso pode incluir uma elevação do braço (braquioplastia) e uma elevação dos seios (mastopexia). Na parte inferior, incluímos o abdômen, cintura, quadris, nádegas e coxas. Envolve uma incisão que percorre toda a circunferência do corpo, removendo um avental de excesso de pele e gordura e reposicionando e tensionando os tecidos”, argumenta.

A BAPS esclarece que os melhores candidatos para o lifting corporal são aqueles que atingiram um peso estável, estão com boa saúde e têm expectativas realistas sobre os resultados da cirurgia. A associação sugere conversar francamente com o cirurgião plástico, discutindo as expectativas e ouvindo as orientações do profissional. “Apenas ele poderá realizar uma avaliação e indicar o procedimento mais adequado para você de modo que o resultado seja natural, mas, ainda assim, atenda a seus desejos”, explica.

Quanto à recuperação, os pacientes podem optar por tratar uma ou várias áreas ao mesmo tempo, sempre levando em conta o tamanho da região tratada para avaliar a segurança. “Esses procedimentos costumam ser extensos e envolvem um tempo de recuperação significativo. Eles também podem resultar em muitas cicatrizes, embora os cirurgiões plásticos pretendam fazer incisões em áreas menos visíveis, sempre que possível. Converse sobre tudo isso com seu médico”, aponta Paulo Godoy.