Os sinais mais comuns da síndrome do olho seco incluem a sensação de corpo estranho no olho, irritação, prurido ou queimação, além de sintomas visuais como flutuação e visão borrada durante o dia -  (crédito: Freepik)

Os sinais mais comuns da síndrome do olho seco incluem a sensação de corpo estranho no olho, irritação, prurido ou queimação, além de sintomas visuais como flutuação e visão borrada durante o dia

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A síndrome do olho seco é uma enfermidade que afeta predominantemente mulheres depois dos 50 anos. Ela é caracterizada por uma disfunção na produção ou na composição da lágrima, o que leva ao ressecamento da superfície ocular, da córnea e da conjuntiva. A disfunção atinge, em média, 13% da população brasileira, de acordo com dados da Tear Film Ocular Surface Society (TFOS), maior organização de educação e pesquisa sobre o filme lacrimal do mundo. Além disso, informações reveladas no 1º Simpósio sobre a Síndrome do Olho Seco na cidade de Cuernavaca, no México, em 2018, mostram que mais de 337 milhões de pessoas já foram diagnosticadas em todo o mundo, sendo ainda mais comum em populações orientais, com taxas que podem atingir até 33%.

“A síndrome pode ser desencadeada por fatores como a Síndrome de Sjogren, artrite reumatoide, hipertireoidismo e Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (GVHD), comum entre pacientes que receberam o transplante de medula óssea”, explica Elíseo Sekiya, presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa Hemomed (IEP) e um dos responsáveis pelo Sorotears, novo tratamento para a condição ocular.

Os sinais mais comuns da síndrome do olho seco incluem a sensação de corpo estranho no olho, irritação, prurido ou queimação, além de sintomas visuais como flutuação e visão borrada durante o dia, dificuldade em assistir à televisão ou dirigir à noite, muitas vezes agravados pela exposição à luz.

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Tratamento

O colírio de soro autólogo Sorotears é a nova opção para o tratamento da síndrome do olho seco. A tecnologia foi desenvolvida em parceria entre o Hemocentro São Lucas (HSL) e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

“O processo de produção do colírio de soro autólogo começa com a coleta de uma pequena quantidade de sangue do paciente. O sangue é processado em um laboratório especializado, onde o soro é separado das células sanguíneas e contém os componentes biológicos que serão utilizados para produzir o colírio”, explica Sekiya.

Já em relação ao atendimento ao paciente que inicia o tratamento, ele começa com a prescrição médica pelo oftalmologista. A seguir, o mesmo será encaminhado ao serviço de hemoterapia, onde passará por um processo semelhante ao de uma doação de sangue para transfusão autóloga, com coleta de sinais vitais e teste de anemia, entrevista de triagem e coleta de sangue para produção do colírio e de amostras para testes de sorologia. 

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Segundo Sekiya, o colírio é uma opção de tratamento ‘inovadora e personalizada’: “Avaliamos pacientes que utilizaram o colírio de soro autólogo quatro vezes ao dia, durante três meses, e os dados coletados mostraram uma melhora significativa nos sintomas da síndrome, incluindo a redução da vermelhidão e do desconforto ocular”, afirma. Além disso, não houve efeitos colaterais graves relatados.

É importante ressaltar que esse tratamento deve ser prescrito por um médico oftalmologista e se você foi diagnosticado com a síndrome do olho seco, converse com seu médico sobre o colírio de soro autólogo.