O carnaval também é momento de fortalecer os vínculos familiares entre as crianças e os pais ou responsáveis, seja em atividades, brincadeiras, leituras, passeios ou refeições -  (crédito: Freepik)

O carnaval também é momento de fortalecer os vínculos familiares entre as crianças e os pais ou responsáveis, seja em atividades, brincadeiras, leituras, passeios ou refeições

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Chegou a época mais festiva e alegre do ano. O que para muitos é momento de distração e folia, para pais de crianças e adolescentes o carnaval é uma época de alerta. Independente de onde passem a data, seja na cidade ou na praia, em meio a blocos ou na calmaria, é importante ter alguns cuidados, que vão desde simples fotos postadas em redes sociais até a exposição ao sol. Outros fatores como o acesso ao álcool, sexualização, negligência de responsáveis e uso do trabalho infantil contribuem para o aumento da vulnerabilidade deste público no período de carnaval. É nesta época do ano que denúncias relacionadas à violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres aumentam cerca de 20%, de acordo com dados do Disque 100 e Ligue 180, divulgados pelo Governo Federal.

O ChildFund Brasil, que atua na promoção e defesa dos direitos da criança, do adolescente e do jovem há 57 anos no país, lista algumas dicas:

Pulseira de identificação: vai levar os pequenos para pular carnaval? Busque sempre por módulos policiais próximos para colocar pulseira com dados de identificação. Caso não ache as autoridades que distribuem pulseiras, coloque-a ainda em casa, informando o nome da criança e do responsável e números de telefone.

Não perca de vista: além do uso da pulseira, é importante ficar de olho quando a criança se afastar para brincar. Um minuto de distração pode ser o suficiente para perder a criança ou até mesmo ser levada por alguém mal intencionado.

Redes sociais: é comum querer registrar momentos dos pequenos fantasiados para o carnaval e divulgar nas redes sociais, a fim de mostrar para familiares e amigos. Ao mesmo tempo em que é possível receber diversos comentários carinhosos, há a chance de as fotos caírem nas mãos de criminosos, que poderão utilizá-las para outros fins. Busque deixar as redes sociais fechadas.

Blocos de acordo com a idade: caso escolha blocos para aproveitar com as crianças, busque os que se encaixam com a idade das crianças, isso porque há blocos voltados apenas para o público adulto. Há ainda atrações focadas para os pequenos, com músicas, trajes e até mesmo locais melhor preparados.

Saúde durante a folia: além dos cuidados com a segurança, a saúde também deve ser um alerta. Capriche no protetor solar e na hidratação corporal. Uma forma de cuidar para não desidratar é oferecer líquidos como água mineral, água de coco ou isotônicos, além de frutas e opções saudáveis. Fique atento a tintas corporais e sprays de tinta ou espuma, principalmente para não entrar em contato com os olhos.

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“Além de cuidarmos das nossas crianças e filhos, é nosso dever ficar de olho e zelar pela segurança de crianças e adolescentes que vivem em situação de rua ou que se encontram desacompanhados em meio a folia. Caso veja alguma situação estranha ou desconfortável, deve-se sempre avisar a polícia ou algum órgão responsável. Há ainda a possibilidade de ligar para o Disque 100, que denuncia violação de direitos humanos”, destaca o diretor de país do ChildFund Brasil, Mauricio Cunha.

Parentalidade lúdica

O carnaval também é momento de fortalecer os vínculos familiares entre as crianças e os pais ou responsáveis, seja em atividades, brincadeiras, leituras, passeios ou refeições. A parentalidade lúdica é uma maneira de, por meio do brincar, aumentar a conexão com os pequenos, além de auxiliar no desenvolvimento cognitivo, social e emocional.

Durante o carnaval, existem várias opções para essa proximidade, como por exemplo fazer a fantasia e máscaras junto da criança, além de escutar músicas que elas gostem e ir a blocos infantis. É por meio de atividades que a confiança é reforçada, além de ser uma forma de mostrar para a criança que o adulto responsável é uma pessoa com a qual ela pode contar e, caso seja necessário, denunciar maus tratos, abuso ou outros crimes que possam estar acontecendo no âmbito escolar ou até mesmo com outros membros da família. Realizar essas brincadeiras ainda na infância é uma forma de fazer com que a criança cresça de forma saudável.