'A pele fica perfeita, bem lisinha, parecendo um bumbum de neném', revelou a influencer -  (crédito: Reprodução/ Instagram )

'A pele fica perfeita, bem lisinha, parecendo um bumbum de neném', revelou a influencer

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Nesta semana, a influencer Rochelle Garett, conhecida como Xehli G, de 22 anos, revelou em sua rede social que a sua rotina de skincare inclui fazer máscara com seu sangue menstrual. A prática, segundo Rochelle, é uma forma de aproveitar algo que faria mal ao meio ambiente - ela defende inclusive, a prática como uma abordagem única e eco-friendly para cuidados com a pele. No entanto, a "menstruation mask" é desaconselhado por especialistas pela falta de evidências cientificas e grande chances de entrada de bactérias na pele.  

Ainda que superficial, a máscara pode gerar uma sensação de rejuvenescimento da pele facial, em razão do sangue menstrual "ser rico em nutrientes que são benéficos para a saúde da pele. Além disso, o sangue menstrual contém células-tronco, que têm propriedades regenerativas. Contudo, a parte de plasma rica em plaqueta é mínima, de apenas 1%, o que dificulta ainda mais a absorção eficaz pela pele", explica a dermatologista Nicolly Machado, pós-graduada em dermatologia clínica, estética e cirúrgica. 

Além disso, Nicolly relembra que o sangue coletado não é "fresco" ou puro, já que ele carrega consigo muco vaginal e substâncias da parede uterina, os quais passam pelo canal vaginal e podem ser contaminados por bactérias que colonizam essa região, causando riscos para a pele. "O sangue é um potencial causador de doenças, pois é o melhor meio de cultura para crescimento de bactérias. Quando fica alojado no absorvente ou em outros recipientes como o coletor menstrual e, depois, é aplicado na pele, a chance de entrada de bactérias é grande", alerta. 

A influencer que, atualmente, tem mais de 500 mil seguidores também revelou que sua skincare deixa a pele "perfeita, bem lisinha, parecendo um bumbum de neném". No vídeo, ela detalha o processo, explicando que aplica a máscara aproximadamente duas vezes durante o ciclo menstrual, usando um pincel especial. A coleta do sangue é feita através de um copo coletor menstrual, e Xehli dilui o conteúdo com um outro produto para o rosto para criar a máscara.

Como explicado, o hábito pode gerar uma sensação superficial - o qual produz relatos de resultados positivos. Porém, é importante ressaltar que não há evidências científicas sólidas que comprovem os benefícios do uso do sangue menstrual na pele facial. "A maioria das informações disponíveis são baseadas em relatos anedóticos e experiências pessoais", completa Nicolly. 

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ECONÔMICO

Uma das justificativas para a "menstruation mask", além do argumento ambiental, é seu teor econômico - sendo apenas necessário coletar o sangue e aplicar na face. Com isso, a dermatologista indica outros cuidados básicos, que, além de serem acessíveis são seguros e comprovadamente eficazes. Confira alguns: 

  • Limpe suavemente o rosto com um sabonete adequado para o seu tipo de pele
  • Hidrate regularmente a pele 
  • Proteja a pele dos raios solares com o uso de protetor solar
  • Evite o uso excessivo de produtos químicos agressivos
  • Faça máscaras de argila. "A argila tem maior comprovação científica de eficácia e é utilizada há muito tempo de forma segura. Ela promove a limpeza da pele e retira o excesso de oleosidade", recomenda Nicolly. 

Vale ressaltar que cada pessoa é única e pode reagir de maneira diferente aos tratamentos e técnicas. Por isso, é sempre recomendado consultar um dermatologista antes de experimentar novos produtos ou técnicas, incluindo o uso do sangue menstrual na pele. "Apenas o dermatologista poderá fornecer orientações personalizadas com base nas características individuais da sua pele", indica a especialista.  

Muitas outras opções de cuidados com a pele também podem ser incluídas na rotina, como uma alimentação saudável, manter-se hidratada, evitar fumar e dormir o suficiente. Esses cuidados básicos podem ajudar a manter a pele saudável e com aparência rejuvenescida.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice