The Economist recomenda que Lula não concorra às eleições de 2026
Editorial da revista britânica aponta que o petista não tem "adversários sérios" e classifica Flávio Bolsonaro como "impopular" e "ineficaz"
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A revista britânica The Economist publicou nessa terça-feira (30/12) um editorial em que recomenda que o presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT) não concorra às eleições presidenciais de 2026. A idade avançada do petista, de 80 anos, é um dos motivos pelos quais o veículo aponta que o país merece “opções melhores”.
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O texto ressalta que o Brasil têm motivos para comemorar a sobrevivência da democracia, após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e o recuo parcial de Donald Trump na imposição de tarifas de produtos brasileiros. No entanto, a saúde de Lula, que terminaria um novo mandato com 85 anos, é apontada como um risco para o país, de acordo com o editorial.
“Lula é apenas um ano mais novo do que Joe Biden era no mesmo período do ciclo eleitoral de 2024 nos Estados Unidos, e isso terminou de forma desastrosa”, lembra o texto, que também afirma que “carisma não é escudo contra o declínio cognitivo”.
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A cirurgia cerebral a que foi submetido no ano passado, escândalos de corrupção e política econômica também são argumentos para que o petista decline da candidatura, segundo o The Economist.
Sem adversários
A revista aponta que, assim como Biden, Lula não deixou sucessores para as eleições presidenciais. Tanto no centro quanto na esquerda, o The Economist afirma que o petista não tem “adversários sérios”.
“O presidente faria um favor ao seu país e consolidaria seu legado — algo que Biden não fez — anunciando que cumprirá sua promessa e se afastará da disputa. Isso daria tempo necessário para encontrar um postulante mais apropriado da centro-esquerda”, afirma.
Já no campo da direita, o editorial cita a disputa interna para o sucessor do bolsonarismo, apontando Flávio Bolsonaro como “impopular” e “ineficaz”. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é visto pelo veículo como uma possível aposta para as eleições e um contraponto “ponderado e democrata” à família Bolsonaro.
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A revista conclui o editorial recomendando um candidato de centro-direita que se equilibre entre a desburocratização, a preservação do meio ambiente, o combate ao crime organizado e o respeito ao Estado de Direito e as liberdades civis.