INÍCIO DE MANDATO

Prefeitos de Minas encerram 1º ano sob desafio de 'arrumar a casa'

No primeiro ano no cargo, prefeitos relatam dificuldades com contas dos antecessores e limitações de recursos

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As dificuldades financeiras herdadas no caixa das prefeituras impuseram restrições ao primeiro ano de mandato de gestores em diferentes regiões de Minas Gerais. Com pouco espaço para investimento, áreas como saúde e infraestrutura passaram a competir por recursos em administrações condicionadas por limites orçamentários que definem o ritmo da gestão.

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Em conversa com o Estado de Minas, o prefeito de Itapecerica, Gleytinho do Valério (PP), estreante no comando do Executivo, descreve o primeiro ano como um processo de aprendizado sobre o funcionamento da máquina pública, marcado pela necessidade de compreender, na prática, a dinâmica do orçamento municipal. Segundo ele, a gestão precisou lidar, desde o início, com pouca disponibilidade de recursos livres.

À frente de um município com cerca de 21 mil habitantes, Gleytinho aponta a articulação política como estratégia central para viabilizar investimentos. Ao longo do ano, o prefeito buscou ampliar o diálogo com parlamentares e com os governos estadual e federal, movimento que, segundo o prefeito, resultou no aumento dos repasses ao município.

Através dessas articulações, na área da saúde, ele afirma que Itapecerica recebeu mais de R$ 2,5 milhões destinados ao Fundo Municipal de Saúde. Os recursos, conforme relatou, foram utilizados para custear despesas da rede, como pagamento de profissionais, compra de insumos e medicamentos. Além disso, o prefeito aponta o recebimento de verbas para a aquisição de maquinários para a cidade.

Gleytinho do Valério (PP), prefeito de Itapecerica
"A gente não conseguiu executar obras grandes, porque o nosso o recurso livre, que é o IPVA, o IPTU, o ICMS, e o ISSQN, ficou um pouco prejudicado pagando os débitos em aberto de 2024", Gleytinho do Valério (PP), prefeito de Itapecerica Prefeitura de Itapecerica/Reprodução

“A gente não conseguiu executar obras grandes, porque o nosso o recurso livre, que é o IPVA, o IPTU, o ICMS, e o ISSQN, ficou um pouco prejudicado pagando os débitos em aberto de 2024”. Segundo ele, a expectativa é de avanço em 2026, com recursos já indicados por deputados para obras de pavimentação, iluminação pública, pontes e uma unidade básica de saúde.

Arrumar a casa

Na Região Metropolitana, Juatuba, o prefeito de primeiro mandato, Ted Saliba (PSD) descreve o período como um exercício de equilíbrio entre expectativas e os limites impostos pela realidade administrativa.
Segundo ele, a nova gestão herdou processos desatualizados, projetos incompletos e documentação irregular, o que exigiu uma reorganização interna da prefeitura e atrasou a execução de obras previstas.

Parte dos entraves, de acordo com o prefeito, envolveu projetos vinculados a recursos da Vale, que precisaram ser refeitos antes da abertura de licitações. “Tivemos que refazer todos os projetos que estavam errados, documentação errada e isso custou praticamente o ano todo para ficar regularizado", disse ao EM.

Saliba aponta a burocracia como um dos principais obstáculos enfrentados no início do mandato. “A gente fica até ansioso, porque você quer chegar fazendo as coisas e tudo que você vai conversar é no mínimo quatro meses, cinco meses, mas é o normal, né? Por isso que a gente teve que se organizar no primeiro ano para que no segundo ano as coisas aconteçam com mais efetividade”, disse.

Ted Saliba
"Muito recurso poderia ter sido investido na cidade, mas você tem que ficar pagando contas que não são suas", diz o prefeito de Juatuba, Ted Saliba Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Apesar das dificuldades, o prefeito afirma que houve avanços pontuais, sobretudo na saúde. Segundo ele, o município reduziu filas de cirurgias e melhorou o funcionamento do pronto atendimento, com queda no tempo médio de espera de mais de duas horas para cerca de 20 minutos.

Prioridade na saúde

Também no Centro-Oeste de Minas, Campo Belo atravessou, em 2025, o primeiro ano de Adalberto Lopes (PL) à frente da prefeitura. Embora estreante no cargo, o prefeito assumiu após dois mandatos como vice-prefeito, o que lhe garantiu familiaridade com a estrutura administrativa e com os principais gargalos do município.

A experiência acumulada orientou as primeiras decisões da gestão, sobretudo na área da saúde, apontada por Lopes como o maior desafio enfrentado pelos municípios mineiros. Campo Belo, com cerca de 54 mil habitantes, funciona como cidade-polo para ao menos sete municípios vizinhos, o que pressiona a rede de atendimento e amplia a demanda por serviços.

Diante desse cenário, a administração concentrou esforços na reorganização da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com a ampliação do número de médicos e de atendimentos pediátricos, por meio de uma parceria com uma empresa pública. “A gente tem que estar atento com a equipe a todo tempo, tem que estar próximo do governo federal. Eu também tenho ido muito a Brasília onde as coisas, os planos, os projetos acontecem. É muito importante”, disse ao EM.

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Além da saúde, Lopes destaca a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), viabilizada sem contrapartida financeira do município após a inclusão do projeto em um pacote de investimentos ligado à privatização da Eletrobras. Segundo ele, a medida evitou um desembolso estimado em R$ 14,5 milhões. O prefeito reconhece que permanecem desafios relevantes, como a implantação de uma alça viária em área de expansão urbana e a redução das filas por atendimento na rede de saúde, sobretudo na atenção primária.

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