O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao elogiar o chefe de estado brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em discurso na ONU nesta terça-feira (23/9). Para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), contudo, a fala não foi inesperada e reflete a “genialidade” do líder americano.
“Para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump, nada do que aconteceu foi surpresa. Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”, escreveu o parlamentar, no X (antigo Twitter).
Filho ‘03’ de Jair Bolsonaro, Eduardo está nos Estados Unidos desde março deste ano sob alegação de perseguição política. De lá, tem articulado o lobby contra o presidente Lula, apoiando sanções econômicas ao Brasil e retaliações a membros do Judiciário.
Nessa segunda-feira (22), inclusive, ele foi denunciado pela Procuradoria-geral da República (PGR) sob acusação de coagir o Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa da anistia de seu pai no processo da trama golpista.
No texto, Eduardo ainda chamou Alexandre de Moraes, ministro do STF, de “maior violador de direitos humanos da história do Brasil” e deu a entender que confia na pressão dos Estados Unidos sobre o Brasil para aprovar a “anistia ampla, geral e irrestrita”.
“Depois disso, [Trump] sorriu e mostra-se aberto a dialogar em uma posição infinitamente mais confortável, fiel àquilo que sempre defendeu: os interesses dos americanos em primeiro lugar. É a marca registrada de Trump: firmeza estratégica combinada com inteligência política”, disse.
Eduardo rasgou elogios à habilidade política do líder dos EUA: “Longe de causar espanto, sua [de Trump] postura reafirma, mais uma vez, sua genialidade como negociador. Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global. Na verdade, Lula agora é que está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa”.
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Fala de Trump sobre Lula
Trump relatou que se encontrou com o presidente brasileiro de forma inesperada e os dois até marcaram uma reunião para a próxima semana.
"Eu estava chegando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, eu vi ele, ele me viu, e nós nos abraçamos", relatou o presidente norte-americano. Em seguida, ele expressou sua admiração por Lula, dizendo que o brasileiro "parece um cara muito legal" e que ele gosta de Lula. "Tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal", disse.
"E aí eu tô dizendo, você pode acreditar que eu vou dizer isso em apenas dois minutos? Nós concordamos em nos encontrar na semana que vem. Não tínhamos muito tempo para falar, só 20 segundos mais ou menos, mas em retrospecto, dá para dizer, é bom que eu tenha esperado, porque esse negócio não estava funcionando bem, mas nós conversamos, nós tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrar semana que vem, se isso for do interesse dele”, completou o norte-americano.
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Posicionamento de Eduardo Bolsonaro
"Para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump, nada do que aconteceu foi surpresa. Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações. Ontem mesmo, sancionou a esposa do maior violador de direitos humanos da história do Brasil, um recado claro e direto.
Depois disso, sorriu e mostra-se aberto a dialogar em uma posição infinitamente mais confortável, fiel àquilo que sempre defendeu: os interesses dos americanos em primeiro lugar. É a marca registrada de Trump: firmeza estratégica combinada com inteligência política.
Por isso, longe de causar espanto, sua postura reafirma, mais uma vez, sua genialidade como negociador. Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global. Na verdade, Lula agora é que está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa.
Ao final Trump ainda arrebatou que sem os EUA o Brasil vai mal. Ou seja, não há para onde correr, o Brasil precisa dos EUA, reconheça isto ou não. Entende porque confiamos na anistia ampla, geral e irrestrita?".
