Damião sobre tarifaço de Trump: 'Nós sairemos prejudicados'

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), demonstrou preocupação com os impactos da sobretaxa de 50% às importações brasileiras imposta pelo presidente americano Donald Trump. Em entrevista ao Estado de Minas, o chefe do Executivo da capital mineira preferiu não se manifestar politicamente sobre o tema, mas disse que não é possível entrar em uma guerra comercial e não sair enfraquecido.

“O impacto a gente ainda não sabe, a gente não pode prever, mas obviamente que há um impacto muito grande para o país inteiro. Temos certeza de que Minas Gerais, pela força da indústria mineira, vai sofrer muito e Belo Horizonte, por consequência, é a capital do estado. É muito triste tudo isso, é muito ruim”, afirmou Damião.

Sobre o aspecto político, Damião preferiu não se pronunciar. Trump citou nominalmente Jair Bolsonaro na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que anuncia o tarifaço ao país. O americano diz que o ex-presidente brasileiro é vítima de uma "caça às bruxas" e exigiu a interrupção dos julgamentos que avaliam sua responsabilidade por tentativa de golpe de estado.

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A citação a Bolsonaro como uma das justificativas para o tarifaço incendiou o debate político no país. Enquanto autoridades se posicionaram de forma crítica à medida de Trump e em defesa da soberania nacional, nomes mineiros alinhados ao bolsonarismo como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o governador Romeu Zema (Novo) aproveitaram o episódio para criticar Lula.

“Eu falo sobre o tarifaço, não vou entrar em política. Sobre o tarifaço, eu tenho certeza absoluta, como qualquer outro brasileiro, que nós sairemos prejudicados. Não existe a possibilidade de você entrar numa guerra dessa, numa luta dessa e sair vencedor”, declarou Damião.