Bruno Barral foi exonerado do cargo de secretário de Educação de Belo Horizonte na tarde desta quinta-feira (3/4). A decisão foi publicada na segunda edição do Diário Oficial do Município e acontece horas após o antigo responsável pela pasta ser alvo de uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) com a Controladoria-Geral da União (CGU) para investigar um esquema de fraudes em licitações durante o período em que atuava na prefeitura de Salvador (BA).
O ex-secretário da capital mineira é investigado na terceira fase da Operação Overclean, que determinou o afastamento de Barral do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o inquérito, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), em especial a coordenadoria estadual da Bahia, foi o principal órgão afetado pela ação da organização criminosa.
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Bruno Barral é aliado político de Antônio Carlos Magalhães Neto (União Brasil), nome forte na política baiana, ex-deputado federal e ex-prefeito de Salvador. Antes de assumir a Educação em BH em abril de 2024, ele chefiou a pasta soteropolitana entre 2017 e 2020.
De acordo com a CGU, a organização movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão por meio de obras superfaturadas e contratos fraudados. Dentre os crimes apurados estão corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.
Impacto na PBH
O afastamento de Barral ocorreu na manhã de quinta-feira, concomitantemente à cerimônia de posse de Álvaro Damião (União Brasil) como prefeito de Belo Horizonte após o falecimento de Fuad Noman (PSD).
Damião foi questionado sobre o caso de Barral durante o ato solene de posse na Câmara Municipal de BH. Em entrevista coletiva, o prefeito da capital disse ainda não ter informações suficientes para analisar a situação e afastou o caso da Prefeitura de BH, mas disse que não seria condescendente com seus secretários.
"Foi agora de manhã (a operação), antes de eu tomar posse. A gente recebeu a notícia, a prefeitura ainda não foi notificada, parece que é um processo envolvendo projetos na Bahia, em Salvador. Não é sobre a Secretaria de Educação de Belo Horizonte. Mas, obviamente, todo secretário, todo, qualquer, não vai passar a mão na cabeça de secretário. Não vou passar; qualquer que seja o secretário, vai ter que responder pelos atos dele. Isso serve para todos", declarou.
