Anderson Torres foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro -  (crédito: EVARISTO SA/AFP)

Anderson Torres foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro

crédito: EVARISTO SA/AFP

O ex-comandante do Exército e general Marco Antônio Freire Gomes afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF), no inquérito que apura o suposto plano de golpe de Estado, que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres forneceu apoio jurídico para manter Jair Bolsonaro (PL) na presidência após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

 

 

O fato também é confirmado por ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) Carlos Baptista Júnior. Os depoimentos tiveram sigilo quebrado pelo ministro Alexandre de Moraes nessa sexta-feira (15/3).

 

 

Conforme a íntegra do depoimento de Freire Gomes, Anderson Torres participou de algumas reuniões com os ex-chefes das Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir o plano. A participação do ex-ministro da Justiça seria para pontuar questões jurídicas. 

 

 

"Indagado sobre como se dava a participação do então ministro da Justiça Anderson Torres nas referidas reuniões em que eram apresentadas a possiblidade de utilização de instrumentos jurídicos como GLO, Estado de Defesa e Estado de Sítio, respondeu que geralmente as reuniões eram apenas com os Comandantes das Forças, o Presidente da República e o Ministro da Defesa; que participou de algumas reuniões com a presença do então Ministro da Justiça Anderson Torres; que nas reuniões Anderson Torres explanando o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas (sic)", diz trecho do depoimento de Freire Gomes. 


Já no depoimento de Batista Júnior, o ex-chefe da FAB afirma que Anderson Torres tinha o papel de assessor para Jair Bolsonaro concretizar o suposto plano de golpe. 

 

 

"Indagado sobre a participação do então Ministro da justiça Anderson Torres nas reuniões presidenciais, respondeu que Anderson Torres chegou a participar de uma reunião em que os Comandantes das Forças estavam presentes; que Anderson Torres procurava pontuar aspectos jurídicos que dariam suporte às medidas de exceção (GLO e Estado de Defesa); que o papel do ministro Anderson Torres na referida reunião foi de assessorar o então presidente Jair Bolsonaro em relação às medidas jurídicas que o Poder Executivo poderia adotar no cenário discutido; que nas reuniões Anderson Torres explanando o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas", diz trecho do depoimento de Batista Júnior.  

 

 

Em nota, a defesa de Torres disse que solicitará um novo depoimento à PF. Também destaca que ele foi citado de forma "genérica" por duas testemunhas. O advogado de Torres ainda apontou uma possível acareação com Baptista Júnior e Freire Gomes.