Ex-presidente Jair Bolsonaro levantou reiteradamente questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas na eleição presidencial de 2022 -  (crédito: NELSON ALMEIDA / AFP)

Ex-presidente Jair Bolsonaro levantou reiteradamente questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas na eleição presidencial de 2022

crédito: NELSON ALMEIDA / AFP

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que nunca disse ter havido fraudes nas urnas eletrônicas usadas nas eleições presidenciais de 2022 e que não partilha da opinião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o processo eleitoral.

O conteúdo veio a público após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspender nesta sexta-feira (15/3) o sigilo dos depoimentos das pessoas ouvidas no inquérito sobre uma possível tentativa de golpe de Estado.

O ex-ministro, ao ser perguntado se conhecia o ex-assessor para assuntos internacionais do governo Bolsonaro Filipe Martins, afirmou que não o conhece. Martins é suspeito de ser o autor da "minuta do golpe" que foi encontrada pela PF na residência de Torres.

Em prisão preventiva desde 8 de fevereiro, Martins negou ter redigido o documento.

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Torres também foi questionado sobre suas falas durante a reunião entre Bolsonaro, ministros e outros funcionários do governo realizada no dia 5 de julho de 2022.

Ao ser perguntado sobre o que ele quis dizer ao afirmar que queria que os presentes pensassem "no que pode fazer previamente porque todos vão se foder", o ex-ministro afirmou queria os outros membros do primeiro escalão do governo contribuíssem para a almejada vitória e que o termo "se foder" se referia à "perda de todos os avanços que cada um tinha obtido (...) em cada uma de suas pastas".

A fala "a gente vai atuar de forma mais incisiva. (...) Mas eu acho que o mais importante é cada um entender o momento agora e as colocações que a gente deve fazer", dita também durante a reunião, tinha relação, de acordo com o ex-ministro da Justiça, com uma ação mais "incisiva da Polícia Federal no combate aos crimes eleitorais, empregando equipes completas em campo para atuar de maneira proativa".

Entre o primeiro e o segundo turno, o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques coordenou ações em estradas para abordar ônibus que transportassem eleitores. A PF abriu um inquérito para investigar se as blitz tinha como intenção evitar que as pessoas votassem.