Segundo Tarcísio, a consulta pública dá início ao projeto do túnel, que havia sido apresentado em fevereiro, com obra estimada em cerca de R$ 6 bilhões, dividido entre estado e governo federal -  (crédito: Agência Brasil)

Segundo Tarcísio, a consulta pública dá início ao projeto do túnel, que havia sido apresentado em fevereiro, com obra estimada em cerca de R$ 6 bilhões, dividido entre estado e governo federal

crédito: Agência Brasil

FOLHAPRESS - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve ir a Brasília nesta quarta-feira (13/3) "dar o pontapé inicial" junto do governo Luis Inácio Lula da Silva (PT), seu rival político, para a consulta pública do túnel que ligará Santos a Guarujá.

 

Após se desentenderem sobre a paternidade de um investimento bilionário da Toyota no estado, Tarcísio falou em "relação republicana" em evento nesta segunda (11/3) e trocou afagos com um membro do governo Lula e correligionário do governador, o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).


 

"A gente está trabalhando bem, a gente vai ter uma relação republicana, o interesse de São Paulo está em primeiro lugar, não tem como ser diferente. Se governo do estado e União trabalharem juntos, a gente tem condição de se ajudar mutuamente", afirmou o governador na saída do CNN Talks, evento organizado pela emissora com representantes da infraestrutura em São Paulo.

 

Segundo Tarcísio, a consulta pública dá início ao projeto do túnel, que havia sido apresentado em fevereiro, com obra estimada em cerca de R$ 6 bilhões, dividido entre estado e governo federal. A ideia é que o leilão seja feito até novembro, afirmou.

 

"Eu quero agradecer publicamente ao governador Tarcísio pela construção política que foi feita com o presidente Lula em relação ao túnel de Santos", disse Silvio Costa Filho. "Uma obra que demorou mais de 100 anos. E se Deus quiser, na próxima quarta-feira, às 15h, estaremos juntos lá em Brasília para anunciar essa obra tão importante".

 

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O ministro também destacou outras parcerias bilionárias entre governo Lula e Tarcísio - o governador paulista é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e os afagos públicos ao presidente Lula costumam gerar críticas entre expoentes da direita.

 

Silvio, porém, destacou outras obras em conjunto entre São Paulo e União, como os investimentos da ordem de R$ 21,28 bilhões no Porto de Santos nos próximos cinco anos, anunciado nesta segunda.

 

O ministro também ressaltou o investimento de R$ 2 bilhões feito pela Aena, concessionária do Aeroporto de Congonhas, na modernização do terminal.

 

Relembrou, por fim, a ideia de construir um novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo, entre as cidades de Cajamar e Caieiras.

 

"Abrimos, sob orientação do presidente Lula, um diálogo com o governador Tarcísio de Freitas, para sonharmos com um novo aeroporto na cidade de São Paulo", afirmou ele.

 

Tarcísio, por sua vez, defendeu as privatizações que tem feito em São Paulo e afirmou que ao final desta semana deve ser publicado o edital da venda da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), concessionária de energia.

 

O governador afirmou que esta deve ser "uma privatização bastante badalada, com muito sucesso, bastante concorrida".

 

Sobre o principal projeto de sua agenda privatista, a venda da empresa de saneamento Sabesp, o governador negou que haja decisão sobre a fatia que o governo deve manter das ações da companhia - a lei aprovada permite que o governo se desfaça dos 50,3% das ações que tem e as mantenha entre 15% e 35%.

 

Tarcísio defendeu ainda a concessão de todas as linhas do Metrô, como já havia feito, além da CPTM. Após o leilão do trem intercidades que ligará a capital a Campinas, o governador voltou a falar em trens para São José dos Campos e a Baixada Santista.