Para Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, fala do presidente foi "equivocada" -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

Para Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, fala do presidente foi "equivocada"

crédito: Ricardo Stuckert/PR

Entidade que reúne familiares e vítimas da ditadura reagiu às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que está mais preocupado com o 8 de janeiro de 2023 do que com 1964, se referindo à instalação de uma ditadura no país, com o golpe militar.

"Isso já faz parte da história, já causou o sofrimento que causou, o povo conquistou o direito de democratizar este país, os generais que estão hoje no poder eram crianças naquele tempo. Eu, sinceramente, não vou ficar me remoendo e vou tentar tocar esse país pra frente", disse Lula, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV.

O petista também afirmou que, pela primeira vez, generais estão sendo responsabilizados, se referindo aos oficiais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro que estão sendo investigados pela Polícia Federal numa tentativa de golpe.

Para a Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, a fala do presidente foi "equivocada" e que falar sobre o golpe não é remoer o passado.

"Repudiar veementemente o golpe de 1964 é uma forma de reafirmar o compromisso de punir os golpes também do presente e eventuais tentativas futuras. Lula tem razão quando diz que pela primeira vez militares de alta patente estão sendo chamados para depor e para responder por seus atos. E temos convicção de que o governo não aceitará qualquer chantagem por uma anistia a Bolsonaro e seus cúmplices", diz o grupo.

"Falar sobre 1964 é falar sobre os projetos autoritários e elitistas da sociedade que continuam ameaçando a possibilidade de o Brasil se afirmar como um país soberano, capaz de produzir desenvolvimento econômico e socioambiental com inclusão e democracia. É, portanto, falar sobre o futuro. O segundo ponto da fala do presidente que gostaríamos de discutir é sua fala de que ele está mais interessado em discutir o 8 de janeiro do que 1964. Pois nós queremos defender que é impossível falar de um sem abordar o outro", diz o texto da Coalizão.