Duda Salabert no bloco Abalô-caxi -  (crédito: Edésio Ferreira/EM/DA Press)

Duda Salabert no bloco Abalô-caxi

crédito: Edésio Ferreira/EM/DA Press

De olho nas eleições municipais, que acontecem daqui a 8 meses, e em cima do trio do Abalô-caxi, a deputada federal Duda Salabert (PDT) fez um discurso onde criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e os acusou de tentar se apropriar do carnaval. Segundo Duda, o carnaval da capital não pertence a nenhum dos dois.

"O nosso carnaval é um dos mais lindos do Brasil e tem gente querendo ser pai do carnaval. Mas esse carnaval não é do prefeito, esse carnaval não é do governador, inclusive pode ir embora governador e leve consigo a mineração", discursou.

A fala foi seguida por diversos gritos de "Fora Zema", puxados pela própria parlamentar. "O carnaval é do povo e para o povo. Esse ano é crucial para esta cidade. Nós vencemos no Brasil, mas aqui tem grupos disputando", prosseguiu.

Segundo Duda, os possíveis candidatos da direita - Bruno Engler e Nikolas Ferreira - são "fascistinhas" disputando. "Tem um aprendiz de fascista disputando. Tem um chupetinha disputando e nós sabemos que ele quer perseguir e criminalizar o carnaval, mas mal sabe ele que ele é muito pequeno e o carnaval é muito maior do que ele, maior do que nós, porque o carnaval é do povo", continuou.

Ainda de acordo com a deputada, o carnaval é importante por não ser apenas uma festa popular, mas de "liberdade". "Liberdade para amar quem a gente quiser, liberdade para festejar, liberdade para ser quem a gente quiser", concluiu.

O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) respondeu as acusações feitas pela deputada no X - antigo Twitter. "Calma aí calabreso, trio elétrico não é lugar de discurso político, aguarde as eleições", escreveu o deputado, que é pré-candidato à Prefeitura de BH.

Abalô-caxi

O bloco Abalô-caxi abre os trabalhos na Avenida Amazonas, no Centro de BH, neste domingo (11/2) de carnaval. Uma das grandes novidades é a avenida sonorizada, que estreou ontem, na Andradas, com aprovação geral. Com o lema de amor é o princípio, o bloco ressignifica as cores da bandeira brasileira e demonstra apoio ao publico LGBTQIA+.

 

Disputa pelo carnaval


No fim do ano passado, Romeu Zema e o prefeito Fuad Noman assinaram um termo de intenções para trabalharem em conjunto na organização do carnaval da capital em 2024. Essa foi a primeira vez, em pouco mais de cinco anos de governo, que o governador investiu no evento, que há anos é organizado pela prefeitura de BH.

A sonorização representa uma das principais novidades. A ideia é que caixas de som reproduzam, em tempo real, a música dos blocos que arrastam foliões por ruas e avenidas, ampliando o alcance sonoro dos trios. Aproximadamente R$ 4,5 milhões foram investidos para este recurso, já testado e avaliado como eficiente em outros estados do Brasil.

Além disso, o Governo de Minas repassou para a Prefeitura de Belo Horizonte cerca de R$ 4 milhões para as instalações de banheiros químicos e gradis de segurança, entre outros investimentos.

Do outro lado, Fuad investiu cerca de R$ 1,66 milhão para financiar 105 blocos que desfilarão na capital. A PBH aponta que o número de grupos interessados em receber apoio financeiro da administração municipal mais que dobrou neste ano, com 536 blocos de rua cadastrados para desfilar na cidade.

Além disso, na gestão de Fuad, houve um aumento de mais de 100% nos valores investidos para os desfiles das Escolas de Samba. Em 2016, cada uma das agremiações recebia R$ 100 mil de investimento, e passaram a receber R$ 243.800, visando a edição de 2024. O auxílio financeiro disponível para o Grupo de Acesso desfilar neste ano é de R$ 146.280.

Porém, mesmo com os milhões investidos pelo governo de Minas Gerais e uma divisão clara de slogans das administrações municipal e estadual, o saldo político positivo do carnaval não vem sendo para o governador.

Isso porque, em cima dos trios, a política é clara: Fora Zema. E mesmo com as avenidas adornadas com símbolos da administração, da Cemig e da Codemge, o governador acabou sendo mais criticado do que reverenciado por suas ações durante os primeiros dias de folia.