O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) critica ação da Polícia Federal que realizou buscas e apreensões nas residências do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados -  (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) critica ação da Polícia Federal que realizou buscas e apreensões nas residências do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados

crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF).

 

O parlamentar mineiro ironizou o vídeo da reunião em que o ex-presidente e aliados conversam sobre as eleições de 2022. O arquivo foi encontrado em um computador na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

 

"Vocês estão de sacanagem. Ficaram um dia inteiro falando do tal vídeo de golpe, e é isso aí?", debochou Nikolas, por meio de suas redes sociais. Ao todo, a PF realizou 33 buscas e apreensões e quatro prisões preventivas contra o ex-presidente e aliados.

 

O parlamentar aproveitou para mostrar títulos de notícias, sem ler o conteúdo. Em uma das imagens, ele mostra o print de uma matéria do jornal O Globo com o título "Alvo da PF, ex-ministro da Defesa compartilhou texto que chamava eleição de Lula de 'ruína moral da nação'" e dá a entender que foi a publicação da mensagem que causou a busca e apreensão contra o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira.

 

Contudo, o que motivou a ação contra Nogueira foi o reforço que ele fez dos ataques de Jair Bolsonaro (PL) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que iria tentar impor um cronograma para que a corte eleitoral atendesse sugestões dos militares.

 

O deputado também repetiu a estratégia de tentar desinformar seus seguidores ao falar do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

 

Ele alega que a operação da PF foi calcada em uma fala de Torres de que, caso o PT fosse eleito, "todos eles iriam se foder" e relacionou o cenário brasileiro ao golpe realizado pela autoproclamada presidente da Bolívia em 2019, Jeanine Añez, após eleições conturbadas, nas quais Evo Morales ganhou o pleito pela terceira vez seguida, apesar de a constituição delimitar que um presidente só poderia ser eleito duas vezes sequencialmente.

 

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A motivação para a ação da PF contra Torres foi uma manifestação, durante uma reunião fechada com Bolsonaro e outros aliados, de que ministros do então presidente deveriam divulgar informações notoriamente falsas sobre a vulnerabilidade e fraudes no sistema eletrônico para que uma possível derrota fosse questionada.

 

Outro alvo da PF, o Padre José Eduardo de Oliveira e Silva também foi defendido por Nikolas Ferreira, que debochou falando que, "literalmente, os caras foram para cima até de padre". Silva foi alvo por ter participado de reuniões para tratar com militares de uma "instalação de um regime de exceção constitucional". Ele nega ter participado de eventos conspiratórios.

 

Em 21 de janeiro, o mesmo parlamentar afirmou que o Judiciário e a mídia tentavam blindar o Padre Júlio Lancellotti e afirmou que isso "é um sinal que tem algo de muito errado com esse padre".

 

Sobre a suposta minuta do golpe que o ex-presidente estaria tratando com seus aliados, o parlamentar repetiu o argumento da defesa de Bolsonaro que apontou que o ex-presidente havia recebido o documento pelo seu advogado e imprimido para ler e saber do que se tratava e que "aquele documento ficou lá".