O secretário de Estado de Casa Civil no Governo de Minas, Marcelo Aro (PP-MG), foi o convidado da vez do

O secretário de Estado de Casa Civil no Governo de Minas, Marcelo Aro (PP-MG), foi o convidado da vez do "Em Minas", programa da TV Alterosa, Estado de Minas e Portal UAI que foi ao ar na noite de ontem

crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS

O secretário de Estado da Casa Civil no Governo de Minas, Marcelo Aro (PP-MG), foi o convidado da vez do “Em Minas”, programa da TV Alterosa, Estado de Minas e Portal UAI que foi ao ar na noite de ontem. Durante a conversa, Aro falou sobre a agenda do governo Zema na Ásia. “Nosso principal objetivo nessas viagens é a atração de investimentos. A nossa intenção é promover o desenvolvimento econômico, gerar emprego, melhorar a qualidade de vida das pessoas”, destacou o secretário.

Além da viagem, Aro falou sobre o plano de Regime de Recuperação Fiscal (RRF), enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no mês passado pelo governador Romeu Zema (Novo), e sobre as expectativas de sua aprovação após um racha na base do governo na Casa Legislativa. “Eu estou convencido que para Minas Gerais continuar evoluindo nós precisamos aprovar essa legislação. Minas, hoje, deve à União algo em torno de R$ 160 bilhões. Se não aprovarmos o Regime de Recuperação Fiscal, vamos ter um sério problema nas contas e no fluxo financeiro do estado”, alertou.

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Marcelo Aro também comentou sobre a situação dos salários dos servidores públicos de Minas Gerais diante da discussão do plano de Regime de Recuperação Fiscal. Ele garantiu que os trabalhadores terão seus direitos de reajuste assegurados, no entanto, afirmou que os ajustes precisam ser feitos com “sabedoria”.

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Sobre a proposta de privatização das empresas estatais de Minas Gerais, o secretário disse que é necessário mudar regras da Constituição Mineira que dificultam a venda das empresas públicas. “Nós entendemos que não precisa de plebiscito para discutir isso. Isso é uma discussão a ser feita dentro da Assembleia Legislativa”.

Em relação às eleições, Aro afirmou que ainda é cedo para tratar do tema, mas comentou sobre a possibilidade de o governo Zema apoiar uma possível candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e sobre uma possível candidatura do governador Romeu Zema às eleições presidenciais. Leia, a seguir, esses e outros pontos do “EM Minas” com Marcelo Aro. O programa é transmitido aos sábados na TV Alterosa, e a entrevista publicada aos domingos no Estado de Minas. A íntegra está disponível no canal do YouTube do Portal UAI.

Viagem à Ásia


“O nosso principal objetivo nessas viagens é a atração de investimentos. A gente vai atrás das empresas internacionais e as convida para vir montar o seu negócio no Brasil, para expandir o seu negócio no Brasil e em Minas Gerais, obviamente. Todas as viagens que fizemos nós voltamos com mais emprego e mais renda para o povo de Minas Gerais. Qual é a nossa intenção com isso? Desenvolvimento econômico, geração de emprego e melhoria na renda do cidadão mineiro. Isso é melhorar a qualidade de vida das pessoas. O maior projeto social que o governo tem é melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos através do emprego e da renda. Hoje, no Sudeste, Minas Gerais é o estado que menos tem desemprego. Nós temos a taxa de desemprego em 5,8%. Comparado ao resto do Brasil, estamos muito bem. Nós também temos outras agendas institucionais, mas o nosso grande foco é atrair mais investimentos para Minas, para que a gente consiga chegar aqui e prestar contas do nosso trabalho.”

RRF


“Nós, os secretários, precisamos ajudar a aprovar o RRF na Assembleia Legislativa. Com todos aqueles deputados que eu tenho relação, que eu converso, que pertencem ao nosso grupo político, tenho mostrado a importância de aprovarmos o Regime de Recuperação. Estou convencido que para Minas Gerais continuar evoluindo nós precisamos aprovar essa legislação. Minas hoje deve à União algo em torno de R$ 160 bilhões. Se não aprovarmos o regime, nós vamos ter um sério problema nas contas e no fluxo financeiro do Estado. O que estamos falando para a União é: ‘União, nós te devemos, mas nós não temos condições de pagar isso de uma vez, temos que dividir isso e ir pagando aos poucos’.”

Expectativas de aprovação do RRF


“Acredito na aprovação do Regime de Recuperação Fiscal. Sinto um clima favorável na Assembleia Legislativa. O trabalho está caminhando. Principalmente com a ação do secretariado, o trabalho da Luiza Barreto, nossa secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, do Gustavo Barbosa, secretário de Estado de Fazenda de Minas Gerais, e Gustavo Valadares, secretário de Governo. Eles estão dialogando na Assembleia para mostrar para os deputados a importância dessa aprovação.”


Críticas ao PT


“O ministro Alexandre Silveira (PSD) (Ministro de Minas e Energia, que criticou na semana passada o RRF) quer defender o indefensável. Eu não vou ficar aqui falando mal do Pimentel, do governo do PT, não é essa minha linha, só que Alexandre Silveira quer defender indefensável. Nós pegamos um estado quebrado. Só de recursos para os municípios, repasse obrigatório constitucional, no último governo, o PT deu o cano de R$ 7 bilhões nas prefeituras de Minas Gerais, que o governador Romeu Zema pagou. Sete bilhões que poderiam ter sido investidos em estradas no nosso estado, mas que ele usou para pagar uma dívida que não foi ele que fez, foi o governo do Pimentel. Quando nós assumimos o governo, o servidor público estava com três, quatro meses de salário atrasado. O governador Romeu Zema colocou o salário em dia. Nós ajeitamos as contas, nós pegamos um estado altamente danificado financeiramente e conseguimos colocar nos trilhos.”

Reajuste de salário dos servidores


“Os servidores vão ficar mais seguros, mais protegidos, é isso que precisamos mostrar para eles. O que nós estamos sugerindo (no RRF) é que eles tenham segurança para que não aconteça nunca mais o que aconteceu com eles alguns anos atrás, quando eles ficaram três, quatro meses sem salário. Nós temos que ter responsabilidade para fazer os reajustes no momento correto e da maneira correta. Os reajustes serão feitos, só que nós não podemos danificar as contas do estado em razão de alguns. Portanto, faremos com sabedoria, com diálogo, que é isso que estamos propondo com as audiências públicas na Assembleia Legislativa, junto com o sindicato, junto com os funcionários públicos. Escutando e entendendo a demanda deles, para que isso esteja na legislação sem danificar a essência do projeto. Nós temos que dar saúde financeira para as contas de Minas Gerais.”

Privatizações e plebiscito


“Nós defendemos a entrega dessas estatais (Cemig e Copasa) para o setor privado, para que ele administre, para que ele faça a gestão. Tudo o que nós formos fazer, vamos colocar em plebiscito? Por que a desestatização tem que ter plebiscito? Nós entendemos que não precisa de plebiscito para discutir isso. Isso é uma discussão feita dentro da Assembleia Legislativa. Por exemplo, quando a União estava discutindo a venda da Eletrobras teve plebiscito nacional? Não teve. Isso foi um ‘Frankenstein’ que colocaram na Constituição de Minas Gerais lá atrás e que precisa ser corrigido.”

Diálogo do governo Zema com o governo Lula


“Nós somos oposição. Isso precisa ficar claro. Temos a nossa ideologia diferente da ideologia do governo federal. Mas pessoas que pensam diferente precisam dialogar e precisam conviver, e é isso que a gente busca fazer nesse trabalho de interlocução com o governo federal. Fui deputado federal durante oito anos e construí boas amizades. Eu tenho grandes amigos que são ministros hoje, que a gente tem um excelente diálogo. Então, quando a gente faz alguma crítica ao governo federal, a gente faz uma crítica construtiva, respeitosa, né? E a gente coloca nossa ideologia nessa crítica. Mas a gente dialoga com quem é necessário dialogar. Eles (Zema e Lula) precisam dialogar, mas não quer dizer que você tem que concordar com tudo o que o outro faz.”

PAC em MG


“No anúncio do novo PAC, Minas Gerais foi bem contemplado. Agora, nós precisamos que se execute, porque já vimos muitas vezes o governo Lula em outras gestões anunciando obras e não executando. Se executar o que foi anunciado, Minas Gerais vai estar muito contemplado. Agora, precisa fazer.”

Casa Civil


“Entre as atribuições da Casa Civil, uma delas é cuidar das pessoas com deficiência, com doenças raras, no estado de Minas Gerais. Nós estamos em busca de projetos, parcerias e políticas públicas que transformem e ajudem a vida da pessoa com deficiência, e também da família da pessoa com deficiência. Um desses projetos é um termo de compromisso que foi feito entre o governo de Minas Gerais e a Defensoria Pública do estado. A maior demanda que nós temos hoje quando se fala em doenças raras é o diagnóstico. Então, o primeiro é a pessoa saber que tem uma doença rara e depois vem a fase do tratamento: ‘Existem medicamentos? Não existem? Qual o tratamento que essa criança precisa fazer para melhorar a qualidade de vida dela para prolongar a expectativa de vida dela?’. Todo esse amparo o estado é obrigado fornecer para o cidadão, porque nós temos que lembrar que, pela Constituição, todos nós temos direito à saúde.”

Consórcio Sul-Sudeste


“O que estamos fazendo é uma união de esforços para que o Sul e Sudeste sejam contemplados pelo governo federal. 70% do imposto que o cidadão paga fica na União, 20% na mão dos estados e 10% na mão do município. Ou seja, o dinheiro que o cidadão gasta com o imposto está na mão da União e a União que decide para onde vai esse dinheiro. Quando Minas Gerais está falando sozinho, 'Manda dinheiro para cá União', é uma coisa, mas quando ela junta com sete estados e fala 'Nós temos direito de receber', muda o diálogo.”

Gestão Fuad


“Na minha opinião, Fuad faz um bom governo aqui na Prefeitura de Belo Horizonte. Ele é uma pessoa do bem, bem-intencionada, entende de gestão. Hoje ele tem uma base dentro da Câmara Municipal de Belo Horizonte que dá governabilidade pra ele. Eu acredito que ele tem feito um bom trabalho para o cidadão de Belo Horizonte.”

Eleições municipais


“Acho que ainda está cedo. Nós não terminamos nem o ano de 2023. A eleição é no final de 2024. Acho que tem muita água para rolar. Há uma possibilidade de que Fuad seja apoiado pelo presidente Lula. Obviamente, acho difícil, caso ele esteja com o presidente Lula, que ele tenha apoio do governo Zema, porque estão em campos opostos, mas acredito que até lá tudo pode acontecer.”

Zema e eleições 2026


“Não tenho dúvidas que a intenção do governador é verdadeira quando ele fala que prefere apoiar alguém. Ele prefere terminar o governo do estado e tocar a vida dele, voltar para a iniciativa privada, voltar para Araxá. Esse é um desejo pessoal dele. Ele não é apegado ao poder. Ele entende que ele foi eleito para fazer um trabalho dele em Minas Gerais, e vai terminar esse trabalho, vai fazer bem-feito esse trabalho, essa é a vontade dele. Eu espero que isso mude, porque acredito que o governador tem uma missão ainda maior, que não é só cuidar de Minas Gerais. Zema representa esse sentimento no povo brasileiro que não quer mais esse governo que está lá, que quer mudança. Zema tem todos os atributos, as características desse líder para poder mudar o Brasil. O governador não é de correr de missão. Se chegar lá na frente e de fato não tiver outro nome viável para disputar a eleição com este governo que está aí, acho que ele vai aceitar a missão. Mas repito, a vontade dele é que tenha outro candidato com condições melhores. Acredito que o governador é uma esperança para o Brasil. Torço e trabalharei para que ele seja candidato a Presidente da República.”

Avaliação do governo Lula


“Acredito que o governo Lula não vai bem, e a gente pode constatar isso andando na rua, perguntando para as pessoas, sobretudo aquelas mais humildes que tinham uma expectativa grande no retorno do Lula e que não se concretizou. Vejo que o presidente Lula está cometendo o mesmo erro que o antecessor (Jair Bolsonaro) dele. Está focado em falar mal do antecessor em vez de focar no governo. Lula tem viajado para fora sem trazer retornos no Brasil. Ele não consegue voltar de uma viagem falando: ‘Eu viajei e trouxe isso aqui na mala’ para o povo brasileiro. São viagens de turismo que ele tem feito. Não acredito que tem sido um bom governo, mas ele representa um campo ideológico e eu acredito que esse campo ideológico vai querer continuar apostando as fichas nele.”

Acordo de Mariana


“Sabe o que nós queríamos do governo Lula? Que ele assinasse o acordo de Mariana. São onze entes reunidos, todo mundo já aceitou fazer um acordo, falta uma assinatura, só a do governo federal. No governo Lula tem muita gente bem-intencionada, mas também tem a turminha do mal. Essa turminha do mal não quer que Minas dê certo, porque sabe que se Minas der certo, o governador Romeu Zema pode ser um concorrente do Lula em 2026. Eles preferem ver Minas dando errado, o povo passando necessidade, do que fazer aquilo que é o certo, que é o justo, que o correto.”

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