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Fila para transplantes de córnea cresce em Minas

O tempo de fila atual é de dois anos e meio, mas, há 10 anos, a Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig) destaca que a realidade mineira era de fila zero, quando

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Os fatores genéticos e hábitos cotidianos inadequados seguem interferindo na saúde, obrigando a realização de cirurgias para manutenção do bem-estar, até mesmo, intervenções oculares. Para se ter uma ideia, por exemplo, o número de mineiros esperando por um transplante de córnea subiu nos últimos anos, consideravelmente, segundo dados do MG Transplantes, registrando 3,7 mil pessoas nessa fila.

A estatística é decorrente de diversos fatores, como o consequente crescimento de diagnósticos de patologias oculares comprometedoras da saúde da córnea e a pandemia da COVID-19, culminando com o atraso nas operações.

Os transplantes são recomendados para indivíduos cuja córnea, a estrutura transparente, fina e delicada, na frente do olho, está danificada, colocando a visão em risco, ampliando a probabilidade de cegueira. Quando não é possível corrigir os problemas com medicação, prescrição de óculos e lentes, o procedimento cirúrgico é a opção.

As condições oculares mais propícias para indicar o transplante são o ceratocone, ceratite ou pós-ceratites, ceratopatia bolhosa, transplantes e distrofias estromais corneanas. As duas primeiras são as mais comuns. O ceratocone é causado pela alteração da camada, que tem sua espessura reduzida e, aos poucos, vai sendo empurrada para frente. Em algumas ocorrências, essa característica é ainda mais proeminente, deixando a córnea com um formato bastante similar a um cone, sendo visível a olho nú, quando a pessoa está de perfil. A doença é ligada, principalmente, ao costume de coçar os olhos, uma reação comum de alérgicos.

Já a ceratite, causada por perfurações e diferentes microorganismos, como as infecções virais, bacterianas, fúngicas ou de um protozoário, a acanthamoeba, risco, principalmente para quem usa lentes de contato e tem hábitos prejudiciais, como a limpeza inadequada, uso prolongado e impróprio.

A ceratopatia bolhosa envolve o surgimento de bolhas na córnea, devido a uma falha no endotélio corneano, camada mais interna para bombear a água para fora e manter a transparência. Quando isso não ocorre, provoca desidratação. O problema acontece pela distrofia endotelial corneana de Fuchs, trauma endotelial, durante cirurgia intraocular ou a colocação de um implante mal colocado/projetado.

As distrofias corneanas decorrem do acúmulo de material opaco em uma das camadas formadoras da córnea, reduzindo a transparência e afetando a qualidade da visão. A condição tem origem genética e uma progressão lenta.

O diagnóstico das doenças deve ser realizado em consultório oftalmológico e qualquer sinal de alteração visual deve ser investigado. A recomendação é manter exames anuais de check up, evitando um diagnóstico tardio para ocorrências graves, dificultando o tratamento e, consequentemente, elevando a probabilidade de um transplante.

O tempo de fila atual é de dois anos e meio, mas, há 10 anos, a Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig) destaca que a realidade mineira era de fila zero, quando a captação era capaz de suprir a demanda local. A espera é nacional, já que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) informa que em todo o país tem mais de 24 mil nomes na fila, sendo que, em 2020, era superior a 16 mil.

Vale lembrar que as córneas são doadas após a morte, contribuindo para a saúde de outras pessoas. A decisão pode ser tomada pelo próprio indivíduo, ainda em vida, ou pelos familiares, após o falecimento, autorizando a retirada, desde que as causas estejam dentro dos critérios. Até a realização do transplante, quem está na fila deve ter paciência e esperança para aguardar e manter os cuidados iniciais para evitar a progressão da condição.

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