A Polícia Federal prendeu dois policiais militares, nesta segunda-feira (8), suspeitos de repassar informações sigilosas sobre ações policiais à cúpula do Comando Vermelho. Entre os detidos está o 2º sargento Rodolfo Henrique da Rosa, do Bope, apontado como informante de Carlos da Costa Neves, conhecido como Gardenal, uma das principais lideranças da facção no Complexo da Penha.
Segundo a PF, Da Rosa era responsável pela escalação das equipes do Bope em operações e teria usado o cargo para beneficiar criminosos. O outro preso é o PM Luciano da Costa Ramos Junior. Ao todo, agentes cumpriram 11 mandados de prisão e 6 de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio de Janeiro.
Entre os alvos ainda procurados estão Gardenal e Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como a maior liderança do CV em liberdade. A PF também cumpriu novo mandado contra Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, preso na megaoperação nos conjuntos da Penha e Alemão. A ação contou com apoio do Bope e da Corregedoria da PM.
Como ocorreu a tentativa de fuga do sargento do Bope?
Antes da prisão de Rodolfo Henrique da Rosa, três policiais federais foram até sua residência, em Cosmorama, Mesquita, em uma viatura descaracterizada. De acordo com a PF, o porteiro do condomínio avisou o policial, assustado com a presença dos agentes devido à violência da região.
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Ao perceber a movimentação, o sargento tentou fugir de carro. Durante a tentativa de abordagem, houve colisão entre o veículo do PM e o dos federais, iniciando uma perseguição que terminou na Avenida Brasil, na altura de Parada de Lucas, onde ele foi preso.
Na casa de Luciano, na Ilha do Governador, os agentes apreenderam três celulares.
O que motivou a investigação da Operação Tredo?
A investigação começou após o compartilhamento de informações sobre um militar da Marinha envolvido no fornecimento de drones e no treinamento de integrantes do Comando Vermelho para o uso desse equipamento. Os dados surgiram na Operação Buzz Bomb, deflagrada em setembro de 2024.
Com base nas informações obtidas, a PF identificou policiais militares que repassavam dados operacionais à facção. Segundo o órgão, a conduta permitia que criminosos se preparassem previamente contra ações das forças de segurança, prejudicando o trabalho policial.
Quais crimes os investigados devem responder?
A PF afirma que os presos e investigados poderão responder por:
- integrar organização criminosa armada;
- corrupção ativa e passiva;
- homicídio;
- tráfico de drogas;
- porte ilegal de arma;
- violação de sigilo funcional.
O nome da operação, Tredo, faz referência ao termo que significa traidor, aquele que rompe a confiança de outrem com falsidade e deslealdade.
