Viver em Caridade 

Lições do papa para o caso do padre Júlio Lancellotti: abraçar a dignidade

Seguindo o legado de Francisco, novo pontífice Leão XIV disse em sua 1ª Missa do Galo: "Negar ajuda aos pobres é rejeitar a Deus".

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Em 24 de dezembro de 2025, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o papa Leão XIV celebrou sua primeira Missa do Galo como pontífice. Diante de milhares de fiéis que enfrentaram o mau tempo, o Papa proferiu palavras impactantes sobre a essência do Natal, enfatizando que negar ajuda aos pobres e estrangeiros é equivalente a rejeitar Deus.

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Essa mensagem ressoa profundamente com a trajetória do padre Júlio Lancellotti, sacerdote brasileiro conhecido por seu incansável trabalho junto aos mais vulneráveis em São Paulo, e que recentemente tem sido vítima de intolerância e censura.

Da humildade de Belém à dignidade humana

O Papa Leão XIV celebra a missa de Natal na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O Papa Leão XIV celebra a missa de Natal na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Photo by Tiziana FABI / AFP

No coração de sua homilia, Leão XIV recordou o nascimento de Jesus em um estábulo, destacando como a falta de espaço na hospedaria simboliza a rejeição aos necessitados nos dias atuais. "Negar ajuda aos pobres e estrangeiros equivale a rejeitar Deus", afirmou o Papa, criticando a "ganância do mundo moderno" e uma "economia distorcida" que trata os homens como mercadoria. Ele enfatizou que "onde há lugar para a pessoa humana, há lugar para Deus. Até um estábulo pode se tornar mais sagrado que um templo", promovendo a caridade como reconhecimento da "infinita dignidade de cada pessoa".

Essas palavras não são mera retórica festiva, mas um chamado à ação contra a desumanização, alinhado aos princípios da Ordem de Santo Agostinho, que valoriza a proximidade com os pobres. Em um mundo marcado por desigualdades, o papa nos ensina que a verdadeira fé se manifesta na solidariedade, transformando espaços marginais em locais sagrados.

Padre Júlio Lancellotti: exemplo vivo de caridade 

 

No Brasil, poucos personificam esse ensinamento como o padre Júlio Lancellotti, vigário da Paróquia São Miguel Arcanjo, em São Paulo. Há décadas, ele dedica sua vida a ajudar os pobres, moradores de rua, travestis e outros marginalizados, distribuindo alimentos, oferecendo abrigo e denunciando violações de direitos humanos. Seu trabalho ganhou reconhecimento internacional, sendo visto como um farol de esperança em uma sociedade dividida por desigualdades sociais.

Estão tentando calar a voz do Padre Júlio Lancellotti? Vão conseguir?

No entanto, recentemente, Lancellotti tem enfrentado intolerância e censura. No início do mês de dezembro, a Arquidiocese de São Paulo limitou seu uso de redes sociais, onde ele costumava registrar e denunciar atos de violência contra os vulneráveis. Essa medida, vista por muitos como uma "censura clerical", surge em um contexto de guerra cultural, onde o padre é alvo de ataques políticos por sua defesa intransigente dos excluídos.

Organizações como a Contraf-CUT e a Rede de Trabalho Amazônico GTA manifestaram solidariedade, destacando que punir a caridade revela uma face de intolerância. Além disso, análises apontam para uma "aporofobia" – preconceito contra os pobres – nas redes sociais, onde o padre é criticado por sua proximidade com os marginalizados.

Seguindo as obras de Francisco

As palavras de Leão XIV iluminam diretamente a situação de Lancellotti. Ao equiparar a negação de ajuda aos pobres com a rejeição a Deus, o papa, seguidor do legado de Francisco, critica não apenas sistemas econômicos, mas também atitudes de intolerância que silenciam vozes como a do padre brasileiro. Enquanto o mundo moderno prioriza a ganância, figuras como Lancellotti transformam "estábulos" urbanos – ruas e periferias – em espaços de santidade, defendendo a dignidade humana.

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Essa conexão nos ensina que a verdadeira essência do Natal reside na ação concreta. Em tempos de censura e preconceito, o exemplo de Lancellotti reforça o chamado papal: não há lugar para Deus onde não há espaço para os pobres. Organizações e fiéis clamam pela revisão dessa decisão, argumentando que a intolerância não pode prevalecer. Assim, as palavras do Papa não só inspiram, mas também desafiam a Igreja e a sociedade a apoiar aqueles que, como Lancellotti, vivem o Evangelho na prática.

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