Fábrica de fuzis abastecia favelas do Rio com 3,5 mil armas por ano
Operação Forja desarticula esquema com capacidade industrial; grupo criminoso era chefiado por condenado que cumpria pena em prisão domiciliar
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Uma organização criminosa com capacidade para produzir 3,5 mil fuzis por ano foi desarticulada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal nesta quarta-feira. A “Operação Forja” cumpriu dez mandados de prisão preventiva e oito de busca em endereços no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
O grupo abastecia com armamento pesado grandes favelas do Rio, como a Rocinha e o Complexo do Alemão. A investigação, que é um desdobramento da “Operação Wardogs” de 2023, revelou um esquema sofisticado e com estrutura industrial para a fabricação de armas.
Durante a ação, sete pessoas foram presas e R$ 158 mil em dinheiro foram apreendidos em um apartamento de luxo na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio. No local morava o casal apontado como chefe do esquema. A Justiça também determinou o sequestro de R$ 40 milhões em bens para descapitalizar a quadrilha.
O líder do grupo, identificado pelo pelo portal g1, como Silas Diniz já cumpria pena em prisão domiciliar, mas continuava comandando as operações. Após a interdição de uma primeira fábrica em Belo Horizonte (MG), ele reestruturou a produção em uma nova planta industrial em Santa Bárbara d'Oeste, no interior paulista.
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Como a fábrica de fuzis operava
A nova fábrica funcionava sob a fachada de uma empresa de peças aeronáuticas. No local, os agentes encontraram fuzis montados e mais de 31 mil componentes, material suficiente para a produção de dezenas de outras armas.
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Importação de componentes: o grupo trazia componentes de fuzis dos Estados Unidos e da China para complementar a produção nacional;
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Produção nacional: utilizavam maquinário industrial de alta precisão para fabricar as demais peças das armas em território brasileiro;
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Distribuição estratégica: os fuzis montados eram enviados para o Rio de Janeiro. Em uma apreensão anterior, 13 armas foram interceptadas na Rodovia Presidente Dutra a caminho do Complexo do Alemão;
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Crimes investigados: os suspeitos responderão por organização criminosa, tráfico internacional de arma de fogo e comércio ilegal de armas de uso restrito.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.