Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Pinguim nadando em praia do Rio de Janeiro crédito: Reprodução / redes sociais
Umpinguim da espécie de Magalhães chamou a atenção de banhistas na manhã do último fim de semana ao surgir no mar da Praia do Arpoador, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O animal foi filmado nadando perto da faixa de areia e as imagens rapidamente se espalharam pelas redes sociais.
A presença da espécie no litoral carioca durante o inverno é comum. Originários da Patagônia, os pinguins-de-Magalhães costumam migrar para a costa brasileira em busca de alimento. Durante esse trajeto, alguns acabam sendo levados pelas correntes marítimas ou desorientados até áreas mais movimentadas, como as praias urbanas do Sudeste.
Segundo especialistas, esses animais chegam muitas vezes debilitados ou exaustos. Apesar da curiosidade que despertam, o ideal é não tentar tocá-los, alimentá-los ou colocá-los em baldes com gelo — uma prática comum entre banhistas que pode colocar a vida do animal em risco.
Geralmente, o pinguim que chega ao litoral brasileiro está descansando, o que é natural após longos deslocamentos. Interações humanas podem aumentar o estresse do animal ou causar ferimentos. Em vez disso, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros ou o PMP (Programa de Resgate de Animais Marinhos), que possui equipes especializadas para esse tipo de situação.
Além disso, a recomendação é manter distância do pinguim e evitar aglomeração ao redor do animal enquanto aguarda os órgãos competentes.
Espécie mais comum de pinguim da América do Sul, o pinguim-de-magalhães passa entre setembro e fevereiro pelo período de reprodução, com os ninhos formados no chão ou em pequenas tocas. Saiba mais a seguir sobre essa ave marinha! Ben Tubby FlickR wiki commons
A espécie foi batizada com esse nome por ter sido o explorador português Fernão Magalhães o primeiro a tê-la avistado, em 1520. TXP Pixabay
O pinguim-de-magalhães vive em bandos e pode atingir a velocidade de 25 km/h quando está nadando. Nigel Swales wiki commons
Os pinguins-de-magalhães jovens têm penas de coloração cinza e branca. Isso acontece porque ainda não ocorreu a chamada muda. TXP pixabay
Já os pinguins mais velhos da espécie apresentam uma plumagem com tons de preto e branco. Daniela Sánchez Pixabay
Os filhotes da espécie são alimentados pelos pais por aproximadamente dois meses e depois já ficam independentes. Guglielmo Celata/Wikimedia Commons
A expectativa de vida do pinguim-de-magalhães é de 10 a 12 anos, caso não sejam abatidos por fenômenos trágicos como um ocorrido no litoral de Santa Catarina em 2022. Brigitte Werner por Pixabay
Em agosto daquele ano, 596 pinguins morreram no litoral de Santa Catarina por causa de um ciclone extratropical Reprodução Instagram
Dos pinguins encontrados na praia, apenas 24 estavam vivos. A contagem foi feita pela Associação R3 Animal. Rufus46 wiki commons
De acordo com o Projeto de Monitoramento, os pinguins sofrem mais que outras aves para escapar das ondas fortes porque não voam. Por isso, acabam morrendo afogados. divulgação
O pinguim-de-magalhães tem asas que se adaptaram para dar impulso na água. Mas, quando o mar está muito revolto, esse recurso não é suficiente. Tim FlickR wiki commons
A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), que monitora o clima no estado, disse que as rajadas de vento na ocasião passaram de 100 km/h. Dimitris Vetsikas por Pixabay
No dia 29/06/2023, um pinguim-de-magalhães foi visto passeando pelas areias da Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, seu destino foi trágico. Reprodução/Instagram Instituto Mar Urbano
A ave marinha despertou muita curiosidade, cativou banhistas e recebeu o apelido de Zé.
Reprodução/Instagram Instituto Mar Urbano
Horas depois, porém, o gracioso animal foi encontrado morto. Segundo postagem do Instituto Mar Urbano, a causa provável da morte de Zé foi a ingestão de um peixe baiacu.
Imagem de Sven Bachström por Pixabay
"Infelizmente, Zé o pinguim estava com fome e acabou caçando um baiacu, o que provavelmente o levou à morte momentos depois", diz o texto.
Reprodução/Instagram do Instituto Mar Urbano
O baiacu é uma espécie de peixe com potencial muito tóxico para outros animais marinhos.
wikimedia commons George Parrilla
O pinguim-de-magalhães aparece com certa frequência no litoral brasileiro, em especial de Santa Catarina, entre junho e setembro.
reprodução youtube
Os pinguins-de-Magalhães partem da Patagônia, no Sul da Argentina, atrás de alimento, e passam pelo litoral brasileiro. Em seu trajeto, Zé acabou tendo um fim trágico.
David - Penguin Waddle
A espécie está classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o que indica uma redução progressiva em sua população. Embora alguns indivíduos consigam se adaptar temporariamente ao novo ambiente, há riscos associados à alimentação inadequada e à presença de predadores.
Há registros de pinguins que passaram dias convivendo com humanos nas praias cariocas, mas especialistas alertam que a sobrevivência a longo prazo fora do habitat ideal depende de vários fatores. Um dos casos citados envolveu um animal que morreu após ingerir baiacus.