Cheia do rio Muqui do Sul deixou um rastro de destruição em várias regiões de Mimoso do Sul. Governador Renato Casagrande vem a Brasília pedir ajuda -  (crédito: Redes sociais/Reprodução)

Cheia do rio Muqui do Sul deixou um rastro de destruição em várias regiões de Mimoso do Sul. Governador Renato Casagrande vem a Brasília pedir ajuda

crédito: Redes sociais/Reprodução

Em pouco mais de 36 horas de fortes chuvas, a Região Sudeste registra a morte de 28 pessoas, vítimas de desabamentos ou das enxurradas em municípios capixabas e fluminenses. Dos dois estados, o Espírito Santo é o que apresenta a pior situação: desde a sexta-feira passada, são pelo menos 19 mortos e seis desaparecidos. No Rio de Janeiro, o saldo por enquanto é de nove óbitos.

 

O município capixaba mais afetado é Mimoso do Sul, onde houve 17 vítimas fatais — outras duas são de Apiacá. No estado, a Defesa Civil registrou 7.287 desalojados — que foram buscar abrigo na residência de parentes ou de amigos porque perderam ou tiveram a casa invadida pelas águas — e 411 estão desabrigados. Por conta dos estragos, o governador Renato Casagrande (PSB) chega, hoje, a Brasília para reunião com o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a fim de obter mais recursos para a recuperação do estado no período pós-chuvas. Ele também reivindicará a ajuda do Exército nas obras de reconstrução.

 


Choro em vídeo

 

Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito de Mimoso do Sul, Peter Costa, deixou claro o desespero vivido pela população do município. "Mimoso todo está me ligando. Meu pai está com o barco dele salvando algumas pessoas. As pessoas dizendo que estão morrendo em um lugar, morrendo em outro lugar. Não sei mais o que fazer. Os bombeiros estão nas ruas. Tenho que colocar o barco na rua e ajudar as pessoas porque não dou conta. Tem mais de 100 ligações no meu telefone que não consigo atender", disse Peter, chorando. O rio Muqui do Sul, que corta a cidade, transbordou e inundou várias áreas da cidade.

 

A situação no estado vizinho, o Rio de Janeiro, também permanece grave. Os oito mortos registrados até agora são das regiões Serrana e dos Lagos, além da Baixada Fluminense — a Defesa Civil contabilizou 530 desabrigados desde a semana passada. A situação mais grave é em Petrópolis, onde parte do cemitério municipal colapsou devido ao solo encharcado e deixou várias sepulturas à mostra. Na cidade, houve o maior número de mortes (quatro), sendo que também houve registros de óbitos em Teresópolis, Arraial do Cabo, Duque de Caxias e Nilópolis.

 

 

Segundo o Corpo de Bombeiros fluminense, 170 pessoas foram resgatadas nas últimas horas. A corporação atuou em 111 inundações ou alagamentos e 32 desabamentos ou deslizamentos.

 

A previsão, porém, é de que a chuva não dará trégua aos dois estados. De acordo com o boletim da Defesa Civil do Espírito Santo, para hoje, há a probabilidade de as regiões Sul e Região Serrana enfrentarem de 15mm a 30mm de chuvas — no restante do estado, a estimativa é de que fique entre 5mm e 15mm.

 

No caso do Rio de Janeiro, a previsão de hoje até sexta-feira é de que ventos úmidos manterão o tempo instável. O estado voltou, ontem, ao Estágio 1 — no qual a instabilidade climática impacta pouco na vida do carioca.

 

Colaboraram Marina Dantas e Vitória Torres, estagiárias sob a supervisão de Fabio Grecchi