Porto Alegre acordou ao som de motosserras, com equipes cortando árvores que caíram sobre vias -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Porto Alegre acordou ao som de motosserras, com equipes cortando árvores que caíram sobre vias

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SÃO PAULO, SP E PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul nesta terça-feira (16) deixou um homem morto, dez pessoas feridas e 1,1 milhão de imóveis sem energia. A região metropolitana de Porto Alegre sofreu com alagamentos, quedas de árvores e ventos fortes.

 

A Defesa Civil da capital gaúcha aconselhou a população a evitar sair de casa na manhã desta quarta (17), em razão sobretudo de bloqueios nas vias por quedas de árvores e placas.

 

 

Porto Alegre acordou ao som de motosserras, com equipes cortando árvores que caíram sobre vias, fios e carros. Segundo a Climatempo Meteorologia, a cidade teve rajadas de vento de 89 km/h na região do aeroporto. Em Canela, na região serrana, o vento chegou a 102 km/h.

 

Somados os clientes das concessionárias RGE e CEEE-Equatorial, o estado tinha no início da manhã desta quarta 1,194 milhão de imóveis sem luz, em razão sobretudo da queda de galhos e outros objetos sobre a fiação.

 

As regiões mais afetadas são a central, Porto Alegre e região metropolitana e os vales do Taquari, dos Sinos e do Rio Pardo. São 574 mil pontos sem luz na área da RGE e outros 620 mil na concessão da CEEE-Equatorial.

 

Em nota, a RGE alertou "que a população deve ficar longe de fios partidos ou galhos de árvores que estejam caídos sobre a rede elétrica". Nesses casos, os clientes devem "acionar imediatamente a RGE e o Corpo de Bombeiros e aguardar o atendimento."

 

Conforme o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), um gabinete de crise foi instalado após o temporal. A principal preocupação é com a possibilidade de falta de água caso a falta de energia se prolongue. Das seis estações de captação e tratamento de água, cinco estão desligadas e das 23 casas de bombeamento, 11 estão sem energia.

 

Caso a falta de energia se prolongue, 80 localidades de Porto Alegre podem ficar sem água. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito narrou dificuldade em contatar a direção da CEEE-Equatorial para que se integrasse ao gabinete e fornecesse previsões de restabelecimento.

 

Um homem morreu em Cachoeirinha, município da região metropolitana da capital, após a marquise de um supermercado cair sobre ele durante o temporal. Segundo a Defesa Civil do município, a vítima era uma pessoa em situação de rua e se abrigava sob a estrutura que caiu. Mais cedo, ele teria recusado ajuda da assistência social.

 

O supermercado fica na avenida Capitão Garibaldi Pinto dos Santos, no bairro Parque Granja Esperança. Os bombeiros tiveram de serrar parte da estrutura para socorrer o homem, mas a morte foi constatada ainda no local.

 

Também houve 10 feridos na cidade e 200 árvores caídas.

 

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a metade norte do RS e o sul de Santa Catarina seguem em alerta de grande perigo para temporais até o meio-dia desta quarta. Também há 10 pontos de bloqueio total em rodovias estaduais e três em federais. Os bloqueios parciais somam 12.

 

O tempo deve ficar instável em praticamente todo o RS ao longo do dia, mas com menos rajadas de vento. Municípios como Santa Maria, na região central, podem acumular mais de 100 milímetros de chuva.

 

No interior gaúcho há relatos de danos sobretudo na região central, onde fica Santa Maria. No município de São Vicente do Sul, o Hospital São Vicente Ferrer foi destelhado e teve pacientes transferidos.

 

Cidades da fronteira oeste e da Campanha, como Uruguaiana, São Gabriel e Dom Pedrito, registraram desabamentos em estradas e destelhamento de residências.

 

A quarta-feira deve ser de chuva na maior parte do Brasil. Além da região Sul, a Centro-Oeste tem previsão de chuvas intensas. Ainda são esperadas precipitações na maior parte da região Norte, estado de São Paulo, oeste de Minas Gerais e extremo oeste da Bahia, Maranhão e Piauí.

 

Há a possibilidade de chuva forte também no sul do estado do Rio de Janeiro. Na Baixada Fluminense, a cidade de Duque de Caxias enfrentava alagamentos persistentes nesta terça, dois dias após uma forte chuva atingir o estado e deixar ao menos 12 mortos.